VI SEMANA ACADÊMICA DE LETRAS

Programa das Comunicações Orais

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Local: Salas do Departamento de Letras

Data: 01/12/2010

Horário: 14h - 17:20h

Nota Importante: Cada exposição terá um total total de 20 minutos, sendo 15 para a apresentação oral e 5 para as discuções. Em cada sala terá um computador (PC ou Notebook) e um datashow. Sugerimos que a apresentação seja gravada em pen-drives e em versões mais antigas do Windows para evitar problemas de incompatibilidade de programas. Solicitamos também que os apresentadores cheguem com antecedencia de 15 minutos no local da apresentação. Para facilitar a busca por seu nome, utilize a função Localizar (ver em Editar)

Download da programação das apresentações em PDF

SALA 1
ORD. NOMES DA COMUNICAÇÃO/PROPONENTE RESUMO HORÁRIO
01 LINGUAGEM VERBAL E NÃO-VERBAL NA CONSTITUIÇÃO DA NOTÍCIA.
Aline Salles Panhan (UNEMAT)
Ao tomar conhecimento do projeto Vozes da Cidade, coordenado pela Profa. Dra. Olímpia Maluf Souza, do qual faz parte a Profa. Dra. Ana Di Renzo, propomo-nos refletir, como bolsista, sobre a relação entre escrita e cidade, a partir dos instrumentais jornalísticos e revistas que circulam nesses espaços. Visamos compreender como os determinantes discursivos historicamente produzidos sustentam os sentidos constituídos pela relação entre sujeitos e as instituições, no caso, a mídia impressa, no espaço urbano. As diferentes discursividades existentes na cidade e se constituem através da relação entre cidade, sujeitos e as instituições. A mídia é uma dessas instituições que significam o sujeito e o espaço urbano. Por essa razão, queremos compreender como a linguagem não-verbal, empregada nos jornais impressos e revistas significam a cidade e produzem efeitos sobre a forma como o sujeito urbano a significa. Este projeto tem como fundamentação teórica a Análise do Discurso materialista de linha francesa, desenvolvida por Michel Pêcheux na França, e Eni Orlandi, no Brasil. Nessa linha teórica, o corpus não se constitui a priori, mas no próprio fazer e na medida em que os fatos reclamam sentidos. Por isso, utilizaremos diversos exemplares de jornais, tanto os que circulam na cidade de Cáceres quanto em outras cidades da região. Esperamos alcançar nossos objetivos que são: observar e compreender os efeitos de sentido na materialidade existente. 14h - 14h20
02 UM ESTUDO ENUNCIATIVO DA ILEGALIDADE DO USO DE CORES PARTIDÁRIAS EM PRÉDIOS E VEÍCULOS PÚBLICOS.
Mara Lucia Martins Rodrigues (UNEMAT - PG)
As cores usadas em prédios e veículos públicos também significam, produzem efeitos de sentido pela presença do interdiscurso no acontecimento do dizer. Mas e quando essas cores representam as cores do partido do executivo municipal? Com relação a essa questão, acrescentamos outros questionamentos: 1) Existem leis que normatizam o uso das cores em prédios e veículos públicos? Se existem, de que forma elas são regulamentadas? Estas leis são cumpridas? De que forma o sujeito na posição morador da cidade reage quanto às cores que são utilizadas nos prédios e veículos públicos da cidade em que mora? Estes e outros questionamentos permeiam o nosso projeto que tem por objetivo analisar o funcionamento enunciativo do uso ilegal das cores partidárias em órgãos e veículos públicos no município de Glória D'Oeste, bem como os slogans utilizados pelos prefeitos da atual e anterior gestão, enquanto representantes do povo na posição-prefeito. Tomamos a palavra "ilegalidade", considerando que no município de Glória D'Oeste, a Lei nº 358, de 25 de abril de 2006, normatiza as cores que devem ser usadas nos prédios e veículos públicos. No entanto, o que percebemos funcionando nos espaços públicos são as cores partidárias dos prefeitos, que na posição de prefeito municipal são interpelados pela ideologia "partidária", ao se utilizar das cores dos partidos para estender o domínio político através da pintura de imóveis e veículos. Esta pesquisa se filia na teoria da Semântica Histórica da Enunciação, desenvolvida por Eduardo Guimarães, no Brasil, a partir dos anos 80. 14h20 - 14h40
03 CRENÇAS DOS ACADÊMICOS DE LETRAS EM RELAÇÂO À ORALIDADE DA LÌNGUA INGLESA.
Bruna Duarte Nusa
Este trabalho diz respeito ao resultado de uma pesquisa no departamento de Letras do campus de Cáceres com os acadêmicos do curso no ano de 2009, com o enfoque na oralidade e investigação de algumas crenças, para que isso se concretizasse foram utilizados textos da área da Lingüística Aplicada, de autores dessa área tais como Barcelos (2002) e Abrahão(2004) dentre outros.O intuito deste estudo foi ater-se às crenças, expectativas, anseios e dificuldades dos alunos do departamento de Letras no que concerne a aprendizagem da oralidade na língua inglesa. Nesse contexto, os acadêmicos de Letras, como futuros professores de Língua Inglesa, seja por aptidão ou não, ao escolherem essa profissão estão incumbidos de pressupostos, dúvidas e anseios sobre a língua estrangeira. É de suma importância que a pesquisa seja realizada para descobrir aspectos novos em relação à problemática das aulas de Inglês nas Escolas Públicas começando pelo surgimento desde a formação de professores de Inglês que é na faculdade, e soma-se a isso o conhecimento do curso de Letras da UNEMAT do campus de Cáceres. Para desenvolver este trabalho foi aplicado um questionário para os acadêmicos do primeiro ao sétimo semestre (grade que re-incluiu o Inglês na matriz) a fim de analisar quantitativa e qualitativamente os dados apresentados nos questionários.Para que fosse feito uma análise com base nos itens mencionados fundamentou-se em teoria de estudiosos na área da Linguística Aplicada mais precisamente em estudos sobre crenças, cujos autores se destacam Silva (2007) e Barcelos (2002). Este trabalho se divide em três partes que são: o corpo teórico, a metodologia aplicada e a análise dos dados. 14h40 - 15h
04 CRENÇAS DE ALUNOS SOBRE ENSINO/APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA NO ENSINO FUNDAMENTAL NA PERSPECTIVA DA GRAMÁTICA SISTÊMICO-FUNCIONAL
Graciene Verdécio de Gusmão (UNEMAT)
Esta comunicação de pesquisa, tem como objetivo apresentar uma análise das crenças presentes no discurso dos alunos da 3ª fase do 1º ciclo (5ª série), do ensino fundamental, no processo de aquisição de uma Língua Estrangeira. E também analisar suas opiniões e atitudes à luz da teoria da Gramática Sistêmico-Funcional, mais especificamente no sistema de avaliatividade (appraisal). Terá como arcabouço teórico autores que abordam sobre crenças como: Pajares (1992), Abelson (1979), Brown & Cooney (1982), Sigel (1985 apud Pajares, 1992), Dewey (1933), Rokeach (1968 apud Pajares, 1992), Woods (1993); na linguística sistêmico-funcional a partir de estudos de Halliday (1994), Thompson (1996), Eggins (1994); e sobre o sistema de avaliatividade contemplando Martin e Rose (2003), Martin e White (2005). Os dados serão coletados através de um questionário que será aplicado para os alunos da 3ª fase do 1º ciclo (5ª série), do ensino fundamental. Acredito que minha pesquisa contribuirá para uma reflexão sobre a prática de ensino de Língua Inglesa no ensino fundamental, pois, pretendo levar ao conhecimento dos professores de Língua Inglesa, as crenças e as expressões de atitude dos alunos, nessa sua nova fase de aprendizagem, na perspectiva da Gramática Sistêmico-Funcional. 15h - 15h20
05 COMUNIDADE DE RELACIONAMENTOS ONLINE: ENTRETENIMENTO E PRECONCEITO LINGUÍSTICO.
João Vanes da Silva Tobias (UNEMAT/CAPES)
Esta comunicação busca propor reflexões acerca do preconceito linguístico propagado por uma comunidade de relacionamentos online, intitulada "Não mate a Língua Portuguesa!". Essa comunidade milita na intolerância contra o que ela chama de "erros de português", quanto à escrita a à fala das pessoas. Para tanto, serão utilizados os pressupostos teóricos de Bagno (1999, 2001, 2003, 2004), Mussalim (2001) e Tarallo (1985). Para a constituição do corpus de análise, foram coletados os dados da página da comunidade acima citada. Os resultados obtidos indicam que há, por parte dessa comunidade, uma concepção de língua "homogênea" e, sobretudo, a prática do preconceito linguístico e social. 15h20 - 15h40
I N T E R V A L O - COFFEE-BREAK 15:40 - 16:00
06 LÍNGUA-DE-SANTO: APROPRIAÇÃO E USO DE VOCÁBULOS DO CANDOMBLÉ POR SEUS ADEPTOS, CLIENTES E FREQUENTADORES NA CIDADE DE CÁCERES.
Cleiber Silva Alves
Este trabalho tem por objetivo apontar e analisar de que forma a língua-de-santo, de origem africana, foi e está inserida na sociedade cacerense. Esta língua tem suas origens na África e foi trazida para o Brasil, através do Candomblé, no período da colonização (Carneiro, 1981, p. 21). Tomaremos como corpus de análise transcrições fonéticas de gravações feitas em entrevistas com adeptos, clientes e freqüentadores da roça de Candomblé: Casa de Candomblé e Caboclo - Asé Osun - Ilê Ibá Obá Omitaonisé. Este estudo se inscreve na teoria da Sociolinguística em interlocução com a etnolinguística, pois se baseia em fenômenos sociais da língua e sua contribuição de maior ou menor grau na sociedade em que esta inserida, bem como a sua origem, seu modo de evasão do habitat comum e sua utilidade no meio social em que foi e esta sendo absorvida. 16h - 16h20
07 INCLUSÃO DIGITAL E POLÍTICAS PÚBLICAS: A TRAMA DOS SENTIDOS NAS REDES DE MEMÓRIAS.
Maristela Cury Sarian (UNEMAT/CAPES)
O presente trabalho busca compreender que sentidos são construídos ao tomar a questão da inclusão/exclusão digital pelo viés materialista da Análise do Discurso, a partir das propostas do Projeto Piloto UCA, com o intuito de compreender que sentidos são construídos no discurso da alfabetização digital, formulados nas políticas públicas do Estado, como parte constituinte do processo da chamada inclusão digital. Ao mobilizar os trabalhos de Orlandi (2003, 2004, 2007, 2008), Dias (2008), Castellanos Pfeiffer (2001, 2009) e Lagazzi (2009), a argumentação colocará em evidência as condições de produção que sustentam os efeitos de sentidos relativos à inclusão digital no cerne da demanda capitalista, as diferentes formas de memória (discursiva, institucional e metálica) (ORLANDI, 2007; ZOPPI-FONTANA, 2005) que funcionam no processo de produção de sentidos, bem como o papel das políticas públicas. Apresentaremos, ainda, como os discursos do senso comum, ao apontarem para a alfabetização digital como uma forma de inclusão social, privilegiam o caráter utilitário da máquina e da internet e tomam o computador como um fetiche, concebidos como bens desejáveis e necessários para a melhoria da qualidade do ensino-aprendizagem, silenciando a materialidade histórica dos sentidos e dos sujeitos. Por meio da análise, foi-nos possível compreender que a condição de excluído digital não é estabelecida, a priori, por uma sociedade desigual que não oportuniza as mesmas condições de vida para seus cidadãos, mas é, antes, um efeito de sentido do próprio discurso da inclusão digital, produzido em uma sociedade que não suporta o diferente e que, por isso, tem a necessidade de normatizar, regular, estabilizar e homogeneizar os sujeitos por meio de políticas públicas de inclusão digital. 16h20 - 16h40
08 OS EFEITOS DE SENTIDOS NO DISCURSO DO AGENTE DE SAÚDE AMBIENTAL.
Sueli Martins Cardozo
Esta comunicação é um pequeno esboço do projeto de pesquisa de conclusão de curso que em por objetivo investigar e analisar Os Efeitos de sentidos no discurso do Agente de Saúde Ambiental. Pretendendo com isso refletir sobre a linguagem e seu funcionamento, isto é, a língua em movimento produzindo sentidos para e por sujeitos. Para tanto, busco analisar os discursos destes agentes no período da ditadura e nos dias de hoje, ainda procurar saber como estes discursos estão arquivados na memória da sociedade. Este projeto ancora - se nos pressupostos teóricos da Análise de Discurso de linha francesa que tem como precursor Michel Pêcheux e foi continuada no Brasil por Eni Puccinelli Orlandi (1942), entre outros. Também me respaldarei nas obras Diretrizes Nacionais para a Prevenção e Controle de Epidemias de Dengue e Ações de Controle de Endemia Malária: Manual para Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Controle de Endemias, ambos do Ministério da Saúde, Fundação Nacional de Saúde. A metodologia da pesquisa consiste-se na distribuição de questionários para os servidores da FUNASA, Antiga SUCAM, servidores Municipais, Agente de Saúde Ambiental e para os munícipes que recebem estes servidores em seus domicílios. A pesquisa, portanto, pretende discutir os efeitos de sentidos nos discursos desses entrevistados e busca com isso contribuir com a sociedade acadêmica em especial os interessados nos estudos na área da linguística: Analise de Discurso Materialista. 16h40 - 17:00
09 QUE PENA!
Cristiane Helena R. de Souza (UNEMAT), Paula Sheila R. da Silva (UNEMAT)
Esta pesquisa tem por objetivo analisar o verbete "pena" em dicionários da língua. Para isso, tomamos como ponto de partido a estrutura do sistema lexical, na qual as palavras são definidas em uma relação mútua, ou seja, uma com as outras. Na própria estruturação do sistema lexical, as palavras estabelecem diversas relações de sentidos entre si. Assim, a investigação se pautará em dicionários para analisar os sentidos do referido verbete e mostrar que uma palavra pode ter vários significados, dependendo da sua relação com o usuário da língua. 17h - 17h20

SALA 2
ORD. NOMES DA COMUNICAÇÃO/PROPONENTE RESUMO HORÁRIO
01 AS MARCAS DE TEXTOS BÍBLICOS NA LITERATURA OCIDENTAL.
Eli Gomes (UNEMAT)
As marcas dos textos bíblicos na literatura ocidental, é notória e ao observá-las, podemos perceber as causas, e as diversas maneiras como isso ocorreu, especialmente no século XIV, quando ocorre a revolução cultural, (CASCUDO 2004). Ao tomar, eletivamente, algumas obras literárias produzidas em países ocidentais, em uma escala histórica e com uma configuração extremamente religiosa, fatos imperativos nessas marcas, como por exemplo, os primeiros textos produzidos, quem os produziu, as finalidades da produção e, sobretudo as condições de produção desses textos. A principal observação, que acentua as marcas dos textos bíblicos nessa obra, é exatamente os fundamentos históricos da literatura, que acontece no interior da igreja, pelos clérigos que escreviam ou reescreviam. Dada esta situação, a literatura ocidental, mesmo nos textos não religiosos, os de estado, são construídos com acentuada ideologia dos textos bíblicos. (SARAIVA & LOPES, Sd). Com a revolução cultural, as produções se ampliaram, e novamente, o primeiro texto produzido para as classes inferiores, é o Evangelho. Para chegar a vários países - incluindo o Brasil - destaca-se, Portugal e acentua-se na cultura portuguesa a ambição de ser conhecido universalmente, por povo eleito, povo de Cristo. Segundo Eduardo Lourenço (1999), o que Portugal quer, é ser reconhecido como nação com funções messiânicas. E em concorrência política, ainda Inglaterra e Espanha, que empreenderam cruzadas e colonizaram vários territórios, implantando aí sua cultura e para tanto trazendo os estereótipos culturais, esse mesmo que herdaram pela imposição de produção literária, formando assim uma "identidade" marcada pelas produções idearias e enraizadas nos textos bíblicos. 14h - 14h20
02 A constituição do morador através da memória arquitetônica: os casarios do centro histórico de Cáceres-MT.
Cássia Gonçalves Ramos (UNEMAT)
A cidade de Cáceres-MT, que cresceu às margens do cais, um importante porto fluvial de escoamento do ciclo da poaia e da borracha em Mato Grosso, reproduz uma genuína arquitetura do século XX, através dos casarios históricos do centro da cidade. Tratam-se, pois de casas que obedeciam a um rigoroso alinhamento, proporcionando, assim, uma aparência de ordenação urbana, que imitava, de certa forma, as cidades européias. Localizados no centro, os casarios da época traduzem as condições sócio-econômicas, as influências e a distribuição dos moradores no espaço urbano da cidade. Assim, o valor histórico e arquitetônico do centro da cidade de Cáceres é constituído por uma memória que guarda os sentidos que promoveram modos de ocupação e de identificação do povo cacerense com a cidade. Nesse estudo, direcionamo-nos a analisar as formas de materialização dos discursos e os modos como os processos de interpelação ideológica, postos em funcionamento pelas posições-sujeito na cidade, relacionam os moradores com a arquitetura que a instituiu, visto que as edificações na cidade traduzem para os moradores relações de pertencimento. Para essa pesquisa, que se sustenta na teoria da Análise de Discurso de linha materialista, preconizada por Michel Pêcheux, na França, e expandida e difundida por Eni Orlandi e seguidores, no Brasil, tomamos como corpus de análise o levantamento histórico e documental dos casarios do centro da cidade de Cáceres-MT e as entrevistas com membros da sociedade institucionalizada e civil, visando a dar visibilidade às relações de poder, aos modos de subjetivação e aos processos de sujeição postos em funcionamento pelas discursividades instaladas pelos casarios. Nessa perspectiva, esse estudo, deve servir aos educadores, já que visa verificar em que medida essas edificações traduzem os modos de constituição e de pertencimento dos moradores com a cidade, através do estudo da memória histórico-cultural, que instituiu os casarios e os moradores cacerenses. 14h20 - 14h40
03 SISTEMA DE AVALIAÇÃO DA PROVINHA BRASIL: ESPAÇO DE AUTOR(IA) OU DE REPRODUÇÃO?
Sandra Regina Silva da Cunha
Esse artigo tem por finalidade analisar as textualidades da Provinha Brasil, instituída pelo MEC em 2008, para avaliar a qualidade da alfabetização na Educação Básica no Brasil. Apesar de reconhecer a importância de um acompanhamento sistemático do desenvolvimento dos processos de alfabetização, a Provinha Brasil tem suscitado em mim alguns questionamentos. Dentre eles destaco: 1) os tipos de questões que os alunos precisam responder na Provinhas Brasil são suficientes para aferir a competência de leitura e de escrita da criança? 2) as produções textuais requeridas pelo instrumento possibilitam às crianças manisfestar a sua posição-autor? 3) quais seriam os efeitos produzidos pelos resultados da prova na resignificação das práticas do professor alfabetizador? São questionamentos que surgiram do confronto das tipologias de questões e nos manuais de orientações - corpora dessa pesquisa - e das minhas reflexões à luz da teoria da Análise de Discurso. Nessa direção, tenho como principal objetivo nesse trabalho dar visibilidade, por meio das análises, aos funcionamentos discursivos que se colocam tanto na Provinha quanto naquilo que a criança poderia produzir, enquanto autora ou reprodutora de suas produções textuais. A análise mostra que o processo de avaliação instaurado no contexto escolar tem demonstrado uma visível contradição entre o material recebido na Sala do Professor - abordagem discursiva da linguagem - e as orientações para a aplicação das questões da "Provinha Brasil" - abordagem mecanicista baseada em perguntas/respostas. É um modelo de avaliação oficial que corrobora o fato de haver, por exemplo, uma grande quantidade de professores que têm uma visão "estruturalista" da linguagem, logo de alfabetização, pois, em suas práticas de ensino priorizam regras e não abrem espaços para a criança produza livremente - múltiplos sentidos. É um entendimento que, em certa medida, apaga a vivência, o cotidiano e a capacidade de autoria da criança. 14h40 - 15h
04 DENOMINAÇÃO DE RUAS E AVENIDAS DE PONTES E LACERDA COM NOMES DE ESTADOS BRASILEIROS: MEMÓRIA E RESISTÊNCIA
Divino Alex Rocha de Deus (Unemat/Capes)
Este trabalho se filia à Semântica do Acontecimento, de Eduardo Guimarães (2005), para analisar o processo de nomeação e tentativas de renomeação de algumas ruas e avenidas do Centro do município de Pontes e Lacerda. Na posição teórica inscrita, a significação de um nome se dá enquanto relação linguística tomada na história, portanto, a nomeação dos espaços públicos pode ser considerada como historicamente constituída. A partir disto, meu interesse é compreender semanticamente as relações de significações que sustentaram um grande número de vias públicas a serem designadas com nomes de estados brasileiros e compreender também a relação de sentidos e as condições enunciativas das leis municipais que fracassaram ao tentar instituir novas denominações a tais ruas e avenidas. 15h - 15h20
05 OS DISCURSOS SOBRE O LETRAMENTO DIGITAL DOS PROFESSORES E SEUS EFEITOS NA PRÁTICA DE ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA.
Cristiane Pereira dos Santos
O presente trabalho visa analisar o grau de letramento digital dos professores de língua portuguesa, a fim de compreender em que medida os docentes utilizam o laboratório de informática, bem como, outros recursos tecnológicos disponíveis nas escolas nas práticas de língua e linguagem e que efeitos produzem no desempenho de escrita dos alunos. Como base teórica para a realização da análise, ancoraremos-nos na Análise de Discurso materialista de linha francesa, desenvolvida por Michel Pêcheux na França, e por Eni Orlandi e seus estudiosos no Brasil. 15h20 - 15h40
I N T E R V A L O - COFFEE-BREAK 15h40 - 16h
06 LÍNGUA NACIONAL E SUJEITO TRANSNACIONAL.
Fernando Jesus da Silva (UNEMAT/CAPES)
Este trabalho tem como objetivo produzir uma reflexão sobre a região da fronteira entre Cáceres (Brasil) e San Matias (Bolívia) denominada Corixa. A região da Corixa é fruto de espaços de colonização de diferentes grupos em momentos históricos distintos, colocando povos em contato inter-étnico, produzindo diferentes relações de poder e dominação. Tais relações sociais produzem discursos que referendam e reconstroem as ações dos diferentes grupos e os conflitos ali produzidos. Assim o presente estudo toma como objeto de pesquisa o espaço de enunciação que ali é produzido, a fim de observar e analisar como os falantes desse espaço enunciam, e em quais línguas enunciam. A partir da captação desses enunciados, podemos perceber que a região conforme Guimarães (2005) configura-se enquanto um espaço de disputas pela palavra e pelas línguas, isto é, um espaço político. O movimento migratório produzido por diferentes povos, em diferentes momentos históricos, oriundos de diferentes culturas traduziu a Corixa como um o espaço de encontros e desencontros, de divisão e unificação, da presença da língua portuguesa, espanhola e indígena. Os conflitos gerados por estas diferenças foram mediados pela delimitação de Estados Nacionais (Brasil e Bolívia) e suas respectivas línguas oficiais. A partir dessa perspectiva, tomamos as teorias da Semântica do Acontecimento para compreender as relações entre falantes nesse espaço de enunciação, bem como a Análise de Discurso de linha francesa que toma esses falantes enquanto sujeitos que dizem a partir de uma posição determinada, que produz efeitos de sentidos intrinsecamente ligados à relação que se tem com a(s) língua(s). A metodologia deste trabalho se configura em entrevistas orais, observação do espaço da Corixa com visitas a comunidade. A análise se baseia no estabelecimento das relações entre as teorias e a compreensão dos modos de dizer do fronteiriço. 16h - 16h20
07 Reflexões da Influência da Globalização na Língua.
Orilzo de Campos Silva (UNEMAT)
Devido ao fenômeno da chamada "transnacionalização" há um efeito gradativo verificado na própria identidade nacional e pode refletir mesmo na formação individual dos falantes nativos de uma língua, como a língua possui um dinamismo próprio, a influência sofrida por esta em especial do estrangeirismo, que é a introdução de expressões ou palavras estrangeiras que podem alterar significativamente a forma como os falantes da língua comunicam entre si. Pode ser verificada aos poucos essa mudança nas formas de comunicação, onde a mais notável alteração diz respeito ao uso de novas ferramentas tecnológicas que determinam atualmente grande parte do tempo da maneira como as pessoas, em especial nos grandes centros urbanos se comunicam e se expressam. Os efeitos da influência da globalização caminham em direção a propiciar o uso de uma língua única na forma de comunicação global; esse efeito sob o ponto de vista de diversidade cultural torna-se preocupante, pois durante esse processo de hegemonia lingüística é desconsiderado um enorme contingente de indivíduos excluídos de oportunidades de falar um segundo idioma e que, portanto não se inserem na chamada era globalizada. Há também uma crítica severa á globalização em virtude de seu caráter imperialista que exerce poderio semelhante às antigas potências políticas onde a língua acaba sendo um dos primeiros elementos impostos aos povos dominados e anulando uma parte de sua identidade nacional. A era da informação como é chamada atualmente pressupõe a informação rápida e democratizada, é preponderante pensar que as discussões referentes à língua necessitam dessa mesma democratização e abertura, em especial para perceber a importância das variações lingüísticas e da riqueza cultural advinda dessas diferenças. 16h20 - 16h40
08 LÍNGUA INGLESA E SOCIEDADE.
Sebastiana Aparecida de Souza Nunes (UNEMAT), Wellington Oliveira de Souza (UNEMAT)
Esta comunicação, parte do Projeto do Laboratório de Línguas UNEMAT, e tem como objetivo discutir acerca da necessidade e importância do ensino/aprendizagem de Línguas Estrangeira (LE), neste caso, em especial a Língua Inglesa. Tendo em vista que a Língua Inglesa (LI) tornou-se imprescindível na vida dos homens, possibilitando, assim, a comunicação, ou melhor, a interação entre diferentes nações, além de proporcionar aos profissionais bilíngues melhores oportunidades de emprego. Pensando nessa problemática, percebemos a necessidade de desenvolver este estudo, o qual se encontra ancorado nos pressupostos teóricos da Lingüística Aplicada; Almeida Filho (1993); Coracini (1995); Cançado (1994). Assim sendo, este estudo, tem a intenção de discutir a extrema importância e contribuição do ensino/aprendizagem de LI não apenas aos acadêmicos, mas também a todas as pessoas que se interessam por questões linguísticas. O resultado deste estudo nos revela que há diversas vantagens de se tornar um profissional bilíngue, e que por esse motivo, torna-se indispensável o ensino/aprendizagem de LI na sociedade contemporânea. 16h40 - 17:00
09 VIAGEM E LITERATURA: UMA LEITURA SOBRE ALEXANDER SOLON DAVERON.
Jairo José Rodrigues (UNEMAT)
Procurando fazer uma leitura de parte da documentação sobre Alexander Solon Daveron, existente no NUDHEO/UNEMAT, esta comunicação objetiva apresentar o viajante americano como tema da pesquisa de graduação em Letras, em fase de delimitação do objeto de estudo. Pretendo investigar documentários produzidos pela personagem a fim de encontrar nos mesmos, pistas e situações literárias que caracterizem a literatura de viagem e assim poder compreender a imagem de Mato Grosso que se constrói nos/pelos relatos produzidos. Evidencias apontam que Daveron foi um viajante do século XX, em busca de elementos para suas pesquisas e intercâmbios com os EUA. Desse modo, o referencial teórico se sustentará, inicialmente, em SUSSEKIND (1990), LEITE (1997) e CANDIDO (2000). Procura-se entender os relatos de viajantes como textos e, como tais, sujeitos a alguns condicionamentos de produção e circulação. O autor de um relato de viagem narra suas experiências, mesmo a experiência de ouvir coisas de outras pessoas. E precede à narração o ato da percepção do real. Este é um dado primordial que vem muito antes dos mecanismos discursivos que tanto interessam aos historiadores quando analisam os textos. O fato é que, antes de chegar ao texto, o autor passou por uma experiência e a percebeu como tal. Atentar para os mecanismos de percepção que o viajante utilizou para apreender sua experiência não significa cair no subjetivismo ou no individualismo metodológico, isto porque tais mecanismos são inegavelmente sociais. São as representações coletivas, esquemas de classificação, de visão e de divisão do mundo social, as categorias de conhecimento por meio das quais o real é transformado em concreto pensado. 17h - 17h20

SALA 3
ORD. NOMES DA COMUNICAÇÃO/PROPONENTE RESUMO HORÁRIO
01 LÍNGUA INGLESA E SOCIEDADE.
Sebastiana Aparecida de Souza Nunes (UNEMAT), Wellington Oliveira de Souza (UNEMAT)
Esta comunicação, parte do Projeto do Laboratório de Línguas UNEMAT, e tem como objetivo discutir acerca da necessidade e importância do ensino/aprendizagem de Línguas Estrangeira (LE), neste caso, em especial a Língua Inglesa. Tendo em vista que a Língua Inglesa (LI) tornou-se imprescindível na vida dos homens, possibilitando, assim, a comunicação, ou melhor, a interação entre diferentes nações, além de proporcionar aos profissionais bilíngues melhores oportunidades de emprego. Pensando nessa problemática, percebemos a necessidade de desenvolver este estudo, o qual se encontra ancorado nos pressupostos teóricos da Lingüística Aplicada; Almeida Filho (1993); Coracini (1995); Cançado (1994). Assim sendo, este estudo, tem a intenção de discutir a extrema importância e contribuição do ensino/aprendizagem de LI não apenas aos acadêmicos, mas também a todas as pessoas que se interessam por questões linguísticas. O resultado deste estudo nos revela que há diversas vantagens de se tornar um profissional bilíngue, e que por esse motivo, torna-se indispensável o ensino/aprendizagem de LI na sociedade contemporânea. 14h - 14h20
02 NA FALA/ESCRITA E COMPORTAMENTO DE ADOLESCENTES E JOVENS.
Bruno Vilas Boas Panaro Leite (UNEMAT)
A internet está aumentando sua população. Os jovens de 12 a 15 anos representam a maioria dos usuários deste espaço. Por isso, propomos estudar a linguagem diferenciada utilizada neste espaço de comunicação. A proposta é analisar a linguagem dos jovens em comunicadores instantâneos. As palavras desse meio possuem aspectos curiosos: umas se contraem a ponto de ficarem apenas consoantes (Beleza = "blz"), outras chegam ao nível da língua falada (não = "naum"), outras trazem outro idioma também abreviado (sim = "y" que é o "yes" do inglês). O fato é que jovens exercitam a leitura e a escrita em um número significativo de tempo usando estes termos nesse meio de comunicação. Alguns profissionais acreditam não existir problemas, afinal ajuda a incentivar a leitura e a escrita. Outros acreditam que estes signos utilizados pelos jovens é uma afronta a norma padrão. A pesquisa proposta busca analisar o quanto esse novo "idioma" dos jovens pode influenciar na vida escolar, se esta prejudicando ou se esta ajudando. A opinião de diferentes classes como professores, alunos, pesquisadores é extremamente importante para que ao final do trabalho possamos contribuir com outras pesquisas e alavancar o conhecimento desta área ainda não observada com afinco. Ao elaborar métodos de analises de acordo com o material que iremos buscar, com conteúdo de pesquisas através de relatórios para trazer conteúdo expressivo quanto ao tema, tentaremos evidenciar o quanto vale merece nossa atenção e o quanto pode ajudar ou prejudicar a vida dos alunos, principalmente de 12 a 15 anos. 14h20 - 14h40
03 ANÁLISE ENUNCIATIVA DOS PROCESSOS ADMINISTRATIVOS DISCIPLINARES DE PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO.
Leidiane Eduardo Cintra (UNEMAT/CAPES)
Este trabalho surge de uma inquietação acerca dos dizeres de indivíduos inquiridos em processos administrativos no Estado de Mato Grosso, mais precisamente do modo como se posicionam enunciativamente em seus discursos. Um dos principais aspectos que nos movem a pesquisar tal objeto é a recorrência desse processo nos espaços educacionais e a importância de se discutir aspectos referentes à área educacional como, por exemplo, as formas como são tratados atos infracionais e aqueles que os praticam na perspectiva teórica da Semântica Histórica da Enunciação, disciplina que trata a significação ao mesmo tempo histórica, lingüística e relativa ao sujeito que enuncia. Temos por objetivos com essa pesquisa analisar como as posições enunciativas dos profissionais da área da educação em inquéritos se constituem nos processos administrativos no Estado de Mato Grosso, bem como investigar enunciativamente os posicionamentos prescritos pelas Leis Complementares e os que emergem nos processos selecionados. Para nos conduzir neste trabalho, recorremos também às leis que regem os servidores públicos do Estado de Mato Grosso (Lei Complementar nº 207, de 29 de dezembro de 2004 e Lei Complementar nº 04 de 15 de outubro de 1990), as quais foram criadas para estabelecer as diretrizes jurídicas específicas para essa área. 14h40 - 15h
04 políticas de língua escrita do Estado e os efeitos de memória
Francieli Carolina Santos Durigon (UNEMAT/CAPES)
Neste trabalho procuramos analisar discursivamente as políticas de língua escrita do Estado de Mato Grosso que sustentam os documentos que legitimam as práticas de ensino de língua na Escola e produzem sentidos que constituem uma memória de escrita que estão na base da constituição do sujeito que, ao se apropriar de um saber sobre a língua escrita, inscreve-se numa identidade de sujeito nacional. Nosso objetivo é de historicizar a memória de escrita que sustenta os documentos oficiais que estabelecem as políticas de ensino de língua. Nesse sentido, entender como os documentos concebem a relação língua, sujeito e escrita e a práxis linguística oferecida pela instituição escolar, dando visibilidade aos efeitos produzidos sobre a constituição da autoria. Tomamos as políticas de língua escrita do Estado pelo conceito de memória para compreender como os mecanismos de institucionalização e da legitimação das práticas de ensino na Escola constituem sujeitos que se significam na sua relação com a língua se identificando como cidadão urbano e moderno. Nossa reflexão busca compreender os efeitos produzidos pelo processo de legitimação da relação do sujeito com a língua no movimento do simbólico com a história em que sujeitos e sentidos se constituem mutuamente. Ou seja, pela materialidade da língua, compreender a noção de sujeito sócio-historicamente constituído. Para tanto, nos filiamos a teoria da Análise de Discurso de linha francesa, desenvolvida na França por Michel Pêcheux e, no Brasil, por Eni Orlandi por nos permitir trabalhar com a materialidade da língua considerando a noção de sujeito sócio-historicamente constituído. Por isso dizer que sujeitos e sentidos são constituídos num mesmo lugar de significação. 15h - 15h20
05 OS SENTIDOS DE SINDICATO NOS ENUNCIADOS DO PRESIDENTE LULA
Wolber Sebastião Pereira ((UNEMAT/CAPES)
Neste texto, apresento meu projeto de dissertação do Curso de Mestrado em Linguística da UNEMAT, no qual proponho pesquisar os enunciados produzidos pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, principalmente aqueles que transbordam para a mídia nacional, considerando as condições histórico-partidárias e ideológicas de produção, tendo como fio condutor os sentidos da expressão linguística sindicato, observando o funcionamento dessa expressão nos enunciados a partir da posição sujeito, representada pelo Presidente Lula, nos acontecimentos de linguagem, do dizer. Inscrevo-me, para tanto, na perspectiva da Semântica do Acontecimento, teoria desenvolvida por Eduardo Guimarães, para realizar as análises dos enunciados. Filiar-me a essa teoria é pensar que a expressão ou nome sindicato designa algo, ou seja, significa esse nome como uma apreensão do real, uma construção simbólica, linguística, exposta ao real, e por isso tomada na história, sendo que essa historicidade dos sentidos, na designação, determina e predica o nome. Pensando que o Presidente Lula, na sua trajetória, ocupou diferentes posições sujeito, e que a historicidade de seu dizer produz um efeito de textualidade, e que não existe texto sem deriva de sentidos, busco refletir, nessa dissertação, que sentidos são postos a essa expressão ao designar "sindicato" e outras expressões derivadas ou também significadas, que ressignificam essa mesma designação e, também como a designação sindicato, ao produzir sentidos, significa os enunciados de Lula e significam o próprio Lula. Pensar a significação do Presidente Lula é pensar também o Brasil das últimas cinco décadas, é historicizar os sentidos do e para o país, é historicizar os sentidos de uma época. 15h20 - 15h40
I N T E R V A L O - COFFEE-BREAK 15h40 - 16h
06 O OUTRO PÉ DA SEREIA: UMA VIAGEM NO TEMPO-ESPAÇO NA OBRA DE MIA COUTO.
Aparecida Cristina da Silva (UNEMAT/CAPES)
Neste trabalho de conclusão de curso, onde desenvolvi um artigo científico propomos analisar a temática da viagem no romance O Outro Pé da Sereia, do escritor moçambicano Mia Couto (Antonio Emílio Leite Couto), com o principal objetivo de demonstrar que o trabalho artístico do escritor moçambicano é conjugar o tempo da história e o tempo da ficção através de duas cidades fictícias, Vila Longe e Antigamente e de duas personagens D. Gonçalo da Silveira e Mwadia Malunga. Desta maneira, analisamos a temática da viagem que se apresenta tanto no aspecto físico, quanto no psicológico, transcorrendo no interior das personagens, tendo assim como recurso a viagem simbólica ao próprio interior revisitando a (s) sua (s) identidade (s), que ao mesmo tempo se confunde com a busca da identidade do país. Essa viagem empreendida pelas personagens no interior da narrativa de Mia Couto ocorre também no plano da memória. Assim sendo, a nossa análise baseia-se a partir das relações existentes entre as personagens Mwadia Malunga e D. Gonçalo da Silveira, bem como, as suas relações com o espaço-tempo na narrativa de Mia Couto. Contudo, destacamos duas temporalidades existentes na obra, (1560) e (2002), ou seja, demonstrando as relações existentes entre o passado e o presente, tecendo uma análise sobre a representação colonial portuguesa em terras moçambicanas, onde o escritor tece uma reconstrução ficcional fazendo assim uma representação histórica e política sobre a história oficial de Moçambique. 16h - 16h20
07 AS EPIGRAFES E AS REALAÇÕES INTERTEXTUAIS EM INOCÊNCIA DE VISCONDE DE TAUNAY
Janaina Menkes Negro (UNEMAT)
Visa este trabalho ao estudo da intertextualidade existente entre o romance Inocência, de Visconde de Taunay e os fragmentos literários de outros escritores presentes na obra em forma de epigrafe, gerador de possíveis diálogos entre a literatura de língua portuguesa e a literatura estrangeira. Esta investigação que tem seus primeiros passos a intenção de catalogar as relações entre textos levar-nos-á também para compreensão da construção da imagem da mulher do sertão de Mato Grosso representada na literatura do século XIX produz efeito de leitura e como esta dialoga com outros textos da cadeia ficcional do seu tempo. 16h20 - 16h40
08 O ENIGMA DE SOFIA: UM ESTUDO DA PERSONAGEM FEMININA SOB O OLHAR DE MACHADO DE ASSIS
Fabielle Ferreira da Silva (UNEMAT)
O presente trabalho é desenvolvimento da primeira etapa do projeto monográfico da graduação em Letras que visa entrever de que maneira a mulher é representada na estética do realismo a partir de um olhar masculino - de Machado de Assis. Neste sentido, a reflexão temática busca verificar como ocorre a representatividade do papel da mulher na sociedade do século XIX, a partir da personagem Sofia do romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, em 1881, romance que veio inaugurar a estética do realismo no Brasil, buscando compreender o que ele pode nos revelar sobre a vida social da época. 16h40 - 17:00
09 LITERATURA ENGAJADA E AS OBRAS DE CHICO BUARQUE.
Thainá Aparecida Ramos de Oliveira (UNEMAT)
Esta pesquisa traz uma investigação sobre a literatura e o seu papel na sociedade, tendo como foco as transformações e as preocupações sociais com os ideários políticos. Nesse sentido, o estudo realizado trará apontamentos em relação a como os contextos sociais, históricos e políticos, influenciaram de maneira direta e indiretamente nas produções literárias, construindo um conhecimento a respeito da sociedade em um determinado período histórico. Quando se fala em literatura de engajamento, percebe-se o comprometimento social intimamente ligado com o autor e a sua obra, seja ela na escrita, na pintura ou na música. A literatura se transforma conforme a sociedade se movimenta, ou seja, o contexto social de cada período vai sendo introduzido na literatura de acordo com a época e suas concepções. É nesse cenário de transformações e preocupações sociais, que o foco desta pesquisa são as obras de Chico Buarque e a sua preocupação com os ideários políticos, que o fizeram ser reconhecido como um autor completo, não só pela variedade de gêneros que a sua literatura abarca, mabs principalmente em relação ao seu engajamento político e social. Não se pode falar sobre o grandioso Chico Buarque, sem mencionar a ditadura e seu trabalho com a linguagem, a fim de desenvolver o pensamento a respeito dessa política de opressão, que comandou o país durante1964 a1985. Desta forma, o presente estudo caminhará neste contexto político - social embasado na literatura. 17:00 - 17h20
SALA 4
ORD. NOMES DA COMUNICAÇÃO/PROPONENTE RESUMO HORÁRIO
01 NA TRILHA DO VERBETE "BICO"
Aparecida Salvino (UNEMAT), Gizelda Maria Costa (UNEMAT)
Este presente trabalho foi proposto pela disciplina de Semântica no decorrer dos estudos da significação das palavras, e tem como objetivo refletir sobre os significados do verbete bico em diferentes dicionários, aqui compreendidos como instrumentos linguísticos da pesquisa lexicográfica. Tendo como objeto de estudo os sentidos do verbete "bico" em dicionários de Língua Portuguesa do Brasil,inserido em diversos contextos históricos e sociais, observando se os sentidos mudam ou permanecem, de acordo com o modo de vida da sociedade de cada época. 14h - 14h20
02 MULHER É ROSA CHOQUE!
Andréia José Correa Pinto (UNEMAT), Elda Cintra Leite (UNEMAT)
O presente trabalho resulta da proposta da disciplina de Semântica e tem por finalidade analisar os sentidos do verbete "mulher" em vários dicionários de língua portuguesa que registram, conforme os diversos contextos históricos e sociais, os sentidos atribuídos à mulher. No desenvolvimento deste trabalho, pretendemos mostrar as mudanças e diferenças dos sentidos do verbete "mulher", em quatro dicionários. O Dicionário Aurélio Buarque de Holanda Ferreira (1962) define a evolução da mulher, que antes era considerada apenas do "sexo feminino", e atualmente já se tornou mãe, dona de casa, esposa, mulher com seus atributos, ou seja, companheira e pecadora. Esses significados formaram sua identidade feminina a partir de fatos históricos - religiosos e sociais. Para um bom entendimento no que tange a evolução e a clareza do verbete "mulher", a utilização de diferentes dicionários foi fundamental para o esclarecimento deste processo de evolução e valorização, permanência da mulher com suas respectivas qualidades. Pois a importância da existência do dicionário é de grande valia e estimável riqueza, pois foi o instrumento usado para a elaboração deste trabalho, o que se pode observar que é o dicionário que conduz a descrever uma língua e seu entendimento, observando em diferentes dicionários as significações, evoluções, desvalorizações da palavra em especial a apresentação, e a escrita do verbete "mulher". 14h20 - 14h40
03 MÉTODOS DE ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS
Regina Aparecida Marques de Arruda (UNEMAT)
O ensino de Língua Estrangeira (LE) passou por várias transformações metodológicas ao longo do tempo. Este trabalho tem por objetivo apontar diferentes métodos de ensino/aprendizagem de Língua Estrangeira, a partir do ponto de vista histórico do ensino dessa área da linguagem no Brasil. Assim, a escolha do tema tem como foco analisar as características a respeito desses métodos de ensino utilizados em diferentes períodos históricos nas escolas públicas. Nesta comunicação, discutiremos alguns aspectos que norteiam cada um dos métodos e suas características, como por exemplo, o "Método Audiolingual". O objetivo geral da nossa apresentação é expor aos professores de Língua Estrangeira os métodos e abordagens existentes a serem trabalhadas nas escolas e propor uma reflexão sobre quais métodos poderiam ser adotados, levando em consideração as necessidades do aluno. Propomos a apresentação de métodos de ensino de Línguas Estrangeiras, embora diferentes uns dos outros, não deixam de serem atraentes e terem eficácia positiva na aprendizagem. Nesse processo, esta comunicação trata-se de um recorte da nossa pesquisa monográfica em que serão aplicados questionários fechados e abertos em que os professores do Ensino Médio de algumas escolas estaduais da cidade de Cáceres-MT, destacando opções já apontadas pelos pesquisadores no questionário. A intenção para a pesquisa monográfica seria a verificação dos métodos de ensino trabalhados em sala de aula, o porquê da escolha desse (s) método (s), e quais os resultados obtidos, se são satisfatórios ou não do ponto de vista do professor. 14h40 - 15h
04 CONFUSÃO E (RE)CRIAÇÃO EM "FAMIGERADO", DE GUIMARÃES ROSA.
Luciene Candia (UNEMAT/CAPES)
João Guimarães Rosa (1908 MG - 1967 RJ) publicou Primeiras Estórias em 1962, mas já havia inscrito seu nome na literatura universal pela inovação da linguagem, pela exploração de um tipo de rionalismo que elevava os valores culturais e sociais do sertão brasileiro, desde a primeira publicação do também livro de contos Sagarana, de 1946. "Famigerado" é um dos 21 contos de Primeiras Estórias, e será nosso foco nesta comunicação. Por inovar a linguagem literária com (re)criação de novos verbetes, e explorar os sentimentos humanos levados por um questionamento existencial nos contos e em seu principal romance Grande Sertão Veredas (1956), Guimarães Rosa é reconhecido como um dos maiores escritores brasileiros, mais que isso dificulta a influência por outros escritores, por sua originalidade na escrita. De estrutura aparentemente simples, "Famigerado" é narrado em primeira pessoa pela figura do personagem médico e evidencia um episódio cômico, pois o narrador ironiza na linguagem a oralidade dos discursos de ambas as personagens, o médico e o pistoleiro, com invenções e intervenções semânticas e sintáticas. Ambas as personagens são figuras representativas imponentes, um pelo aspecto da força (pistoleiro), outro por deter o conhecimento (erudito), isso pelo jogo estabelecido com a língua, que ultrapassa os limites da comicidade, e representa na narrativa, um lirismo linguístico. O pistoleiro Damázio recorre ao médico culto para esclarecer uma dúvida quanto ao sentido da palavra "famigerado", o que ocorre na descrição narrativa de imponência do pistoleiro e medo do médico, e afirma uma estrutura cômica, porém de sentido social, a ignorância poderia levar a violência. 15h - 15h20
05 O PROCESSO DE (DES)IDENTIDADE DOS POVOS CHIQUITANO: ESPAÇO DE SUBJETIVAÇÃO NAS ÁREAS DE FRONTEIRA
Selma Dorriguete (UNEMAT)
Com a colonização da América do Sul, em 1542, os espanhóis chegaram a Grande Chiquitania, hoje Bolívia, e escravizaram de 40 a 60 mil índios, em menos de 20 anos. Esses povos indígenas foram obrigados a se desligar de suas origens, de sua cultura e impedidos de falar a sua língua. Nessa época, o governador da cidade de Santa Cruz de La Sierra solicitou a ajuda dos Jesuítas para evangelizar os Chiquitano, que só foram libertados desse sistema de servidão, em 1953. Em virtude da disputa da coroa portuguesa e espanhola, o povo Chiquitano foi divido, ficando uma parte deles situada no extremo sudoeste do Estado de Mato Grosso, próxima da fronteira com a Bolívia. O interesse do presente estudo é o de analisar discursivamente como se situa, atualmente, essa parte da população indígena que sofreu dois grandes golpes de perda da identidade: a primeira causada pela doutrinação jesuítica, e a segunda pela coroa portuguesa, quando estabeleceu as fronteiras do Brasil. Assim, o nosso desejo é o de compreender como a perda da identidade, através da língua, é significada para essa população que passou por processos de silenciamento e de sujeição à cultura de uma sociedade dominante. 15h20 - 15h40
I N T E R V A L O - COFFEE-BREAK 15h40 - 16h
06 A INVENÇÃO DO HERÓI NACIONAL: POSIÇÕES (DO) SUJEITO NA HISTÓRIA E NA LITERATURA DO BRASIL.
Rogério Martins (UNEMAT/CAPES)
No presente trabalho propomo-nos -pelasteorias Semântica do Acontecimento conforme Guimarães (2002 e 2005) e Oliveira (2006) e Análise de Discurso conforme Pêcheux (1983) e Orlandi (1999) - a analisar a palavra herói em três diferentes materiais. Primeiramente tomaremos os dicionários Aurélio (1999) e Houaiss (2001) pensando particularmente a determinação para a palavra herói como entrada. Neste sentido, consideramos o conceito de Domínio Semântico de Determinação (DSD) formulado por Guimarães (2004). Num segundo e terceiro momentos trabalhamos com os conceitos de referência, predicação e determinação procurando reconhecer o modo como se constitui a significação e a historicidade da palavra herói nos seguintes enunciados: a. O decreto/lei nº 11.597, de 29 novembro de 2007 que dispõe sobre a inscrição de nomes no livro dos heróis da pátria, livro este que se encontra exposto no monumento designado Panteão da Pátria Tancredo Neves em Brasília-DF; b. um recorte do primeiro capítulo da obra literária Macunaíma, o herói sem nenhum caráter (1928) de Mário de Andrade. Nosso propósito é compreender como a palavra herói materializa e naturaliza sentidos que se constituem como um modo de predicar uma posição sujeito para representar uma nação. Neste caso a nação brasileira. 16h - 16h20
07 EM BUSCA DA TRANSFORMAÇÃO: UMA LEITURA DO CONTO "CREME DE ALFACE", DE CAIO FERNANDO ABREU.
Luciene Candia (UNEMAT/CAPES)
A proposta dessa comunicação se centra no conto "Creme de Alface" do escritor brasileiro Caio Fernando Abreu (1948 - 1996). Publicado no livro de contos Ovelhas Negras (1995), o conto foi censurado ora pela ditadura militar, ora pelo próprio autor, convencido da violência abordada pelo texto, como bem afirma na epígrafe "acabava por rejeitá-lo com um arrepio de repulsa pela sua absoluta violência", deixado por anos nas gavetas até ser publicado junto a outros contos renegados anteriormente. Recortamos para esta apresentação, aspectos no que tange a temáticas como a violência, o espaço urbano, o intimismo da personagem-protagonista, tão próprios do autor. Ovelhas Negras foi premiado com o Jabuti da Câmara Brasileira do livro em 1996, como melhor livro de contos do ano. O livro de Caio Fernando Abreu dialoga com A Legião Estrangeira (1964), de Clarice Lispector. A referência ao livro da escritora se justifica pela epígrafe inicial de Ovelhas Negras em que Clarice Lispector argumenta sobre publicar aquilo que "não presta". Ovelhas Negras reúne um conjunto de contos dispersos, escritos de 1962 a 1995, segundo a introdução feita pelo escritor no livro. Essas notas introdutórias que seguirão em cada conto são importantes para o leitor, pois explica/justifica a publicação dos textos antes renegado. Como o próprio título sugere, os contos seriam aqueles excluídos das seleções individuais, por não se inserir a outras "ovelhas brancas" - textos publicados anteriormente. Tanto o livro de Clarice Lispector quanto de Caio Fernando Abreu trazem a tona a discussão do cânone literário, sendo dessa forma uma crítica dos escritores quanto à estilística dos textos literários. 16h20 - 16h40
08 SENTIDOS DE DISCIPLINA NO AMBIENTE ESCOLAR
Sebastião Vieira da Cruz (UNEMAT)
Dentro do ambiente escolar, sempre observei o comportamento de alunos e professores, e o relacionamento entre eles. Os noticiários têm mostrado, com freqüência, sobre o tema, inúmeras matérias de desarmonia nessas relações. Percebe-se que a escola, quase sempre, atribui a culpa do fracasso escolar ao aluno, discretamente afirmando que é indisciplinado, que o comportamento do aluno não é o correto. E o aluno por sua vez, sempre culpa o professor. Nasceu daí o meu interesse em estudar sobre este assunto, entender essa relação Disciplina, Comportamento, aproveitamento escolar. E considerando os múltiplos sentidos que são comumente atribuídos ao termo "disciplina", decidi tomar como objeto da minha pesquisa, um recorte que busca, primeiramente, identificar esses diferentes sentidos na escola, na família, nas igrejas, no quartel, na sociedade em geral; ao mesmo tempo, buscar uma bibliografia adequada que me dê condições de compreender, historicamente, esses sentidos. Para entender melhor sobre o assunto tomarei como uma das linhas de estudos os trabalhos realizados pelo estudioso Michel Foucault, especificamente em uma de suas obras (Vigiar e Punir). Foucault estuda os mecanismos da disciplina como poder exercido sobre os corpos, corpo que se manipula, se modela, se treina, que obedece, responde, se torna hábil ou cujas forças se multiplicam (idem, p. 117), e afirma que a atuação da disciplina ocupa lugares fechados como escolas, hospitais e prisões etc. Que a escola é o espaço do sistema capitalista que se apropria do corpo e do tempo do estudante. Este trabalho portanto, prioriza o ambiente escolar na tentativa de compreender o relacionamento entre professor e aluno e aproveitamento escolar. 16h40 - 17:00
09 A ABORDAGEM DOS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS (PCN) SOBRE AS VARIEDADES LINGUÍSTICAS DE PRESTÍGIO SOCIAL.
Josimar de Aquino (UNEMAT)
O presente trabalho nasceu do interesse em me qualificar quanto à futura profissão que o curso de Licenciatura em Letras nos proporciona. Tendo em vista que o sistema educativo brasileiro possui um parâmetro de ensino, proponho analisar, nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), mais propriamente o de Língua Portuguesa, o fato de que há uma língua considerada como língua de prestígio social e que essa língua possui variantes, tanto na fala, quanto na escrita. Ressalto aqui algumas variantes da língua, como linguagem técnica, linguagem jurídica, linguagem jornalística, linguagem cientifica, etc., e procurarei verificar se os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa fornecem aos professores e aos futuros professores, informações sobre essas variedades da língua considerada como língua de prestígio social; procurarei identificar qual a abordagem apresentada nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa e se essa obra levanta a importância de se apresentar também, aos alunos, as diferentes variedades. Nessa perspectiva poderei identificar se esse tema orienta suficientemente professores que trabalham e trabalharão nessa área, proporcionando a seus alunos uma qualificação sobre o conhecimento dos diferentes estilos de escrita/fala da língua considerada como língua de prestígio social, ou seja, a Língua Culta. Nosso objetivo, com este projeto é o de orientar os professores no sentido de saber identificar as variedades da língua nacional e saber trabalhar com elas na educação básica. Teoricamente, este projeto se apóia, sobretudo, na sociolingüística. 17:00 - 17h20

SALA 5
ORD. NOMES DA COMUNICAÇÃO/PROPONENTE RESUMO HORÁRIO
01 OS SENTIDOS DO VERBETE PIRANHA EM DIFERENTES DICIONÁRIOS DA LÍNGUA PORTUGUESA.
Angela Maria Rodrigues (UNEMAT), Patrícia Dorigo da Silva (UNEMAT)
Neste artigo buscamos analisar as mudanças de sentido do verbete piranha em quatro diferentes dicionários da Língua Portuguesa e ainda objetivamos compreender suas variações históricas e sociais desde o século XIX até o século XXI. Analisaremos os dicionários de Pinto (1832), Aurélio (1986), Houaiss (2004) e Michaelis online observando as mudanças nas palavras usadas na significação do léxico estudado de uma edição para outra. Esta análise surgiu pelo fato da sociedade, tanto antiga quanto contemporânea, fazer uma pré-interpretação do comportamento das mulheres, sempre relacionando como deveria se portar uma mulher em sociedade. Frisamos também a importância do dicionário e como ele contribuiu e ainda contribui para o nosso enriquecimento no conhecimento de nossa língua. Veremos que em cada época os dicionaristas atribuem mudanças e acrescentam sentidos às palavras que usamos em nosso cotidiano, nos levando a compreender as variações em seus significados através dos acontecimentos históricos e culturais de cada época da nossa história até os dias atuais. Esta análise visa não só mostrar a função do léxico como também analisar como o sujeito a coloca em funcionamento dentro de suas relações sociais. Alem do verbete piranha, foi analisado também o verbete mulher e o verbete meretriz, pelo fato de no dicionário mais antigo de PINTO, do ano de 1832, não constar o verbete piranha em questão. A origem da palavra piranha também será pesquisada para se compreender melhor sua etimologia e se comparar com os sentidos que trazem os dicionários. 14h - 14h20
02 MARCOS REGULATÓRIOS DOS DIREITOS DA MULHER NO BRASIL: DO MOVIMENTO FEMINISTA À LEI MARIA DA PENHA.
Alianna Caroline Sousa Cardoso (UNEMAT)
Não teríamos uma Lei Maria da Penha se não houvesse um histórico de sofrimento, violência e conquistas. Desta forma o presente trabalho perfaz uma narrativa histórica da trajetória dos direitos da mulher no Brasil, desde o movimento feminista até o ano de 2006, com o advento da Lei n.º 11.340, a Lei Maria da Penha, que representa um marco no direito feminino brasileiro. Até setembro de 2006, a violência doméstica no Brasil era julgada nos chamados "tribunais de pequenas causas", que em geral terminavam em acordos e penas leves, como pagamento de multas ou de cestas básicas. A impunidade era tão grande que se tornou motivo de deboche e até estimulava mais agressões. A legislação brasileira não respondia de forma satisfatória à realidade, pois não oferecia proteção às mulheres e nem punia o agressor, de maneira adequada. A violação da integridade física e psicológica da mulher nas relações afetivas era classificada como lesão corporal leve, ameaça e injúria. O Código Penal estabelecia como circunstância agravante da pena, as agressões praticadas contra pais,filhos, irmãos ou cônjuges. Um dos principais benefícios da Lei Maria da Penha foi definir com clareza quais são os tipos de violência doméstica e familiar contra a mulher - física, psicológica, sexual, patrimonial e moral - e estabelecer os procedimentos que as autoridades policiais e judiciais devem seguir se a mulher fizer a denúncia e precisar de proteção. 14h20 - 14h40
03 A PERSONAGEM MADRASTA NA LITERATURA E NO CINEMA
Fabio Adriano Massai (UNEMAT)
Esta pesquisa tem como objetivo discutir a personagem madrasta em duas semióticas: a literatura e o cinema. Na literatura, temos o conto "Branca de Neve", em que foi construído o mito de que a madrasta é uma pessoa ruim. No cinema, temos o filme "Lado a Lado", em que essa personagem foi construída de forma dedicada e carinhosa. Desse modo, este estudo fará a desmistificação da figura da madrasta má, mostrando que essa personagem pode se opor em épocas e objetos de estudos diferentes. 14h40 - 15h
04 EFEITOS DE SENTIDO DAS NOMEAÇÕES DO SUJEITO DEFICIENTE UTILIZADAS PELA SOCIEDADE
Marta Aparecida Ferreira (UNEMAT)
As expressões utilizadas para nomear o sujeito deficiente foram historicamente sendo substituídas, sem evitar, entretanto, funcionar socialmente de forma preconceituosa, pejorativa e discriminatória. A problemática que levanto, em termos gerais, é: Como lidar, então, com a terminologia sobre deficiência na era da inclusão? Os termos denominados "politicamente corretos" são os "mais apropriados" ou apenas simulam o preconceito velado? O objetivo deste trabalho é compreender os efeitos de sentido produzidos pelas diversas nomeações utilizadas pela sociedade para referir a pessoa com deficiência, tendo como fundamentação teórica a Análise do Discurso de linha francesa (Michel Pêcheux, na França, e Eni Orlandi, no Brasil). Identificar como se produziu historicamente a terminologia que diz a pessoa com deficiência significa explicar o funcionamento do discurso em suas determinações históricas, através da ideologia. Os sujeitos, os sentidos e os discursos nunca estão prontos e acabados, porque a língua trabalha constantemente na tensão entre o mesmo e o diferente, retornando aos mesmos dizeres (paráfrase) e o que tem a se dizer no processo de produção da linguagem (polissemia). O cruzamento dos diversos discursos que tentam legitimar uma expressão menos pejorativa para nomear o sujeito deficiente promove discursividades que se inserem no senso comum. Segundo Martins e Silva (2000), quando se substitui deficiente por diferente, por exemplo, verifica-se um processo de homogeneização que ocorre nos dois sentidos: pela negação da diferença ou pela universalização da diferença; num se nega, no outro se afirma. Quando se diz "são todos iguais" se está negando a deficiência; "são todos diferentes", se está negando a normalidade. 15h - 15h20
05 SOBRE OS CONCEITOS DE SEXUALIDADE E GÊNERO
Alianna Caroline Sousa Cardoso (UNEMAT)
Quando tentamos pensar a dominação masculina, sem intenção alguma, recorremos e nos submetemos aos modos de pensamento, produtos de milênios de dominação machista. Nos resta identificar como a diferença se instalou e os porquês que fazem com que nossa realidade empírica se forneça de uma dualização generalizada das funções sociais de homens e mulheres. Fomos doutrinados a nos acostumar com profissões e comportamentos específicos de homens e mulheres, e a nos horrorizar quando tais imposições fossem transgredidas, amadurecemos tecnologicamente sob a égide de pré-conceitos e os paradigmas impostos de comportamento e posição transformaram nossa sociedade em uma comunidade de indivíduos cada vez mais pré-conceituosos, baseados em convenções e ideologias ultrajadoras, acabamos sendo monopolizados a acreditar que as diferenças existentes entre os corpos físicos de homens e mulheres vão além de suas limitações biológicas. 15h20 - 15h40
I N T E R V A L O - COFFEE-BREAK 15h40 - 16h
06 UM RAIO-X DA VIOLÊNCIA DE GÊNERO NO BRASIL
Alianna Caroline Sousa Cardoso
Agredir, matar, violentar mulheres, estuprar meninas, são atitudes que têm acontecido ao longo da história em praticamente todos os países ditos civilizados e dotados dos mais diferentes regimes econômicos e políticos. A proporção do potencial agressivo da população masculina, porém, varia de acordo com a cultura de seus países. A violência contra a mulher é uma expressão abrangente, incluindo diferentes formas de agressão à integridade corporal, psicológica e sexual, ela ocorre principalmente no espaço doméstico, cometida por parceiros e por pessoas com quem as vítimas mantêm relações afetivas ou íntimas. Certamente o ato de violência contra a mulher está profundamente arraigado nos hábitos, costumes e comportamentos sócio-culturais e advém da idéia do feminino que foi criada para a civilização ocidental por meio de religiões, convenções e padrões sociais, de tal forma que, as próprias mulheres encontram dificuldade em exterminar com situações de violência que sofrem, entre muitos outros motivos, por acreditarem que seus companheiros têm direito de puni-las se acham que elas fizeram algo errado ou infringiram as normas que eles determinaram. Entretanto, a partir da atuação dos movimentos feministas, comportamentos considerados "naturais" passaram a ser classificados como violência - impedir a mulher de trabalhar fora de casa, negar-lhe a possibilidade de sair só ou de ter amigas, impedi-la de escolher o tipo de roupa que deseja usar, impedir sua participação em atividades sociais, agressões domésticas de pequena monta ou desqualificação e humilhações privadas ou em público, as relações sexuais forçadas dentro do casamento. E foi sob essa égide nas últimas três décadas, houve avanços significativos na construção dos direitos civis e políticos das mulheres brasileiras. Para que as mulheres exerçam a cidadania em sua plenitude e com dignidade, é fundamental introjetar na sociedade os preceitos estabelecidos na Constituição e nos tratados internacionais. 16h - 16h20
07 ATIVIDADE DE PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR: ANÁLISE DA ORALIDADE MA ESCRITA.
Maria Justina A. e Silva (UNEMAT), Welliton Martins Bindandi (UNEMAT), Milena Borges Moraes (UNEMAT)
Esta comunicação tem como objetivo apresentar o trabalho feito como Prática de Componente Curricular (no 3º semestre do curso de Letras/UNEMAT) na disciplina de "Língua Portuguesa II: Fonética e Fonologia". O presente trabalho tem como objetivo observar os principais "problemas" de ordem ortográfica ocorridos nos textos de alunos, também, visa refletir sobre a contribuição do conhecimento fonético e fonológico para explicar o sistema gráfico da língua portuguesa e por fim, compreender como os professores lidam com esses "erros" ortográficos. Foi tido como objeto de análise textos de alunos do Ensino Fundamental da "Escola Municipal Clarinópolis" escola que se localiza na zona rural, na região de fronteira entre Brasil/Bolívia. Também foi elaborado questionários, no qual, o professor comenta a maneira que desenvolve um método para trabalhar com os erros cometidos pelos alunos em sala de aula. Para fundamentar teoricamente essa pesquisa recorremos, em primeiro momento, à realização de estudos bibliográficos acerca de teorias sobre a aquisição da escrita, redação escolar e ortografia, segmentação de palavras, e conteúdo visto na disciplina de fonética e fonologia. Um dos objetivos do trabalho foi exercitar a pesquisa como procedimento capaz de levar à construção do conhecimento, por meio de atividades de investigação, inclusive em espaços fora da sala de aula e em grupos. 16h20 - 16h40
08 FORMAÇÕES IMAGINÁRIAS: O NÓS E O USUÁRIO DO SUS.
Maria Marta Lino de Oliveira Silva (UNEMAT/CAPES)
Nosso objetivo, com este trabalho, é explicitar as relações que se estabelecem entre os sujeitos (o Nós e o usuário) na interlocução enunciativa existente em um folder do SUS. Este folder - denominado Cartilha do Usuário - foi elaborado em agosto de 2001, quando da inauguração do Hospital Regional de Cáceres Dr. Antonio Fontes. Para procedermos à análise do recorte efetuado, mobilizamos, a partir do quadro teórico da Análise de Discurso de linha francesa, o conceito de Formações Imaginárias. Sempre que um sujeito enuncia, que toma para si a palavra, temos um funcionamento discursivo, ou como diz Orlandi (1983), temos uma atividade estruturante de um discurso determinado, feito por falante determinado, para um interlocutor determinado, e sendo assim, com finalidades específicas. Em relação ao corpus, perguntamos: quem se nomeia como Nós? São eles, os trabalhadores do Hospital ou o Governo Estadual? Quais são as imagens que esses sujeitos se atribuem na produção do enunciado? Qual(is) discurso(s) permeia(m) o texto? Assim, ao compreendermos como se estabelecem as relações entre estes sujeitos (no plano enunciativo) podemos dar visibilidade aos efeitos de sentido que se produzem no espaço institucional hospitalar. 16h40 - 17:00
09 ENTRE O CASAMENTO E O ADULTÉRIO: UMA REPRESENTAÇÃO DO AMOR NO ROMANCE "BALADA DE AMOR AO VENTO" DE PAULINA CHIZIANE
Elizanéia Trindade da Silva (UNEMAT)
Este trabalho, que ora apresento como parte de um estudo que venho desenvolvendo com a finalidade monográfica de conclusão de curso, parte de um pré-projeto de pesquisa, desenvolvido a partir da minha inquietação e interesse pela área das Literaturas Africanas, especificamente a literatura produzida em Moçambique. Desta maneira, proponho analisar o romance "Balada de Amor ao Vento" (2003) da escritora moçambicana Paulina Chiziane. A partir da leitura do romance, me chamou a atenção as relações existentes entre as personagens Mwando e Nguila, descendentes de uma família de reis, os Zucula, e a personagem feminina, que considero principal no romance, Sarnau. Sendo assim, proponho desenvolver uma pesquisa com base nos pressupostos teóricos sobre a teoria da narrativa (GANCHO, 2006), especificamente com base nas teorias da personagem, tendo como base, neste primeiro momento, as contribuições teóricas de Antonio Candido (1985) e Beth Braith (2006). O que me inquieta neste primeiro momento da pesquisa é investigar as questões relacionadas ao casamento e ao adultério, ambos com significados opostos, tendo como representação principal a temática do amor, envolvendo as personagens do romance de Paulina Chiziane. Amor e adultério se chocam no romance em conseqüência de imposições ideológicas do cristianismo, que confrontam com as significações tribais das aldeias africanas, onde a poligamia é parte de seus costumes ancestrais. 17:00 - 17h20

SALA 6
ORD. NOMES DA COMUNICAÇÃO/PROPONENTE RESUMO HORÁRIO
01 AS "AVENTURAS" DA IDENTIDADE EM ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS.
Wellington Oliveira de Souza (UNEMAT)
Esta comunicação tem como objetivo realizar uma reflexão geral acerca das aventuras vividas pela personagem Alice no romance Alice no País das maravilhas de Lewis Carrol. Pretende-se aqui, abordar algumas "aventuras" em busca da identidade e com isso refletir, a partir das aventuras da personagem, a aprendizagem/crescimento que a pequena Alice obteve com as experiências vividas. Tal obra vista por alguns críticos como literatura do nonsense, aborda questões de lógica, matemática, psicanálise, filosofia e outros aspectos, contribuindo assim para que o clássico possa ser interpretado de diversas maneiras. Dessa forma, a personagem de Lewis Carrol pode representar o processo de metamorfose do homem na constituição como individuo que busca, vive, investiga e muda sua realidade. Podemos dizer ainda que a personagem tem um amadurecimento pessoal pelas próprias aventuras, e que assim como o homem no percurso por sua identidade, não está privada de escolher seus próprios caminhos, ter suas próprias decisões e ter suas opiniões constituindo-se alguém no mundo e adquirindo o lugar e importância nas relações com outros indivíduos que constituem as relações interpessoais. Contudo, este estudo tem a finalidade de discutir a importância e contribuição da literatura, que possui papel humanizador. 14h - 14h20
02 OS SENTIDOS DO VERBAL E O NÃO VERBAL NOS NOTICIÁRIOS SOBRE O TRÁFICO DE DROGAS NA FRONTEIRA: UM LITÍGIO ENTRE BOLIVIANOS E BRASILEIROS.
Erisvânia Gomes (UNEMAT)
Ao tomar conhecimento do projeto "Arquivos sobre o sujeito nacional: discursividades na sociedade e na cultura contemporânea", coordenado pela Profª. Drª.Bethânia Sampaio Corrêa Mariani, da Universidade Federal Fluminense, do qual faz parte a Profª. Ana Di Renzo, propomo-nos, como bolsista PIBIC CNPq, a analisar as relações de sentido entre sujeitos (cacerenses e bolivianos) no espaço de fronteira. Este pesquisa visa compreender os discursos sobre o tráfico de drogas, constituído por diversas materialidades linguísticas que produzem um certo modo de constituição do sujeito de fronteira. Para iniciarmos essa análise, buscaremos as materialidades nos discursos de jornais, revistas que circulam na cidade, bem como nas entrevistas a fim de compreendermos a constituição de sentidos entre o verbal e o não verbal nos noticiários sobre o tráfico de drogas na fronteira. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é compreender, a partir de procedimentos teóricos e analíticos da teoria, como a língua se organiza para significar e como esses sentidos são constituídos por uma relação com a exterioridade, no nosso caso, das discursividades com o tráfico de drogas e a fronteira. Tomamos como base teorica para a iniciação da pesquisa a análise do discurso materialista desenvolvida na França por Michel Pêcheux e, no Brasil, por Eni Orlandi. 14h20 - 14h40
03 A LÍNGUA DA ESCOLA... E A FALA DA CRIANÇA
Andréia Silva Canhete (UNEMAT)
O objetivo desse projeto é evidenciar as relações entre língua-sociedade, levando em conta observações da língua, em sua forma escrita ou oral, produzida por pessoas de diferentes idades e níveis de escolarização. A curiosidade sobre este assunto nasceu através das aulas de sociolingüística e pesquisas feitas em escolas, com professores da área de língua portuguesa do ensino fundamental. O objetivo deste projeto é identificar problemas e equívocos que acontecem dentro da sala de aula em relação ao ensino da língua Formal e Informal, Letramento, Utilização da Gramática e Variedades Linguísticas. Com esses objetivos, analisaremos as dificuldades que os alunos encontram em relação a sua própria língua. Tentaremos discutir questões como: São as crianças que fracassam? Ou fracassa a escola? Quando não consegue fazer a criança apreender os conteúdos que pretende ensinar, como reage a escola? Como explica a situação? Seus alunos estariam despreparados culturalmente? São pouco inteligentes? Desinteressados? Ou seria a escola, ela própria que estaria fazendo avaliação errônea do conteúdo, do método de ensino e das pessoas a quem dirige sua atividade? E a posição do MEC em relação às dificuldades escolares? A metodologia da pesquisa será embasada na área da sociolinguísta, sob orientação de professores da área. 14h40 - 15h
04 CONTRIBUIÇÕES SAUSSUREANAS AOS ESTUDOS LINGUISTICOS.
Maria Luzia de Souza Brito (UNEMAT)
Este trabalho tem como objetivo apresentar, ainda que de maneira sucinta, as contribuições de Ferdinand de Saussure, em seu Curso de Lingüística Geral, para os estudos da lingüística moderna do século XX, que se caracterizou, inicialmente, em dicotomias: langue (língua) em oposição a parole (fala); sincronia e diacronia, rompendo com a tradição dos neogramáticos, conferindo prioridade para a pesquisa descritiva (sincrônica), em detrimento da pesquisa histórica (diacrônica). Saussure ocupou-se do estudo sincrônico da língua e, mesmo não tendo usado a nomenclatura estruturalismo, deixou um valioso estudo sobre a estrutura da língua a que chamou de sistema. O estudo dos signos ou teoria geral da semiologia considera a língua como um sistema de signos e esclarece dois tipos de sinais: os naturais e os convencionais; considera a língua como um sistema homogêneo, um conjunto de signos exterior aos indivíduos que deve ser estudado separado da fala. Para ele, o estudo da fala seria problemático, por envolver todas as possibilidades impressas nela pelos falantes, impossibilitando uma análise científica. Este projeto surgiu a partir de debates feitos na sala de aula sobre a importância da contribuição teórica de Saussure nos estudos lingüísticos. O objetivo deste projeto é identificar essa contribuição de Saussure; para isso, me proponho a levantar o que os teóricos contemporâneos têm escrito sobre o tema, em particular, Mattoso Câmara, Hjelmslev, Jakobson, Martinet, Eduardo Guimarães, entre outros. 15h - 15h20
05 O DISCURSO SOBRE O DEFICIENTE NAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS
Lídia Garcia de Faria (UNEMAT)
O conjunto das leis brasileiras sobre a pessoa com deficiência - nomeação atual - é um dos mais avançados do mundo. Entretanto, o que se observa é a dificuldade em transformá-la em ações sociais. Por outro lado, a escritura da lei tenta lhe garantir uma neutralidade e uma fixidez de sentidos através de sequências discursivas estratificadas em títulos, capítulos, seção, artigos parágrafos, incisos, alíneas. Esta pesquisa constitui o Projeto de Iniciação Cientifica do qual faço parte e tem como objetivo compreender o funcionamento do discurso sobre o sujeito deficiente produzido pelas Constituições Brasileiras. Tendo como fundamentação teórica a Análise de Discurso de linha francesa (Michel Pêcheux, na França, e Eni Orlandi no Brasil), queremos verificar como a lei maior instaura sentidos pela designação ou silenciamento do deficiente. Sujeito e sentidos se constituem ao mesmo tempo e a relação com a linguagem articula o simbólico com o ideológico. Ao nos interrogar sobre os efeitos de sentido que a legislação faz circular, temos a considerar que a lei é um preceito formulado por uma autoridade constituída, imposta coercitivamente à obediência geral. Ao trabalhar discursivamente com a opacidade da língua, onde o sentido sempre pode ser outro, e a incompletude do discurso, pois ele nunca está fechado, queremos dar visibilidade aos processos de deslizamentos de sentidos, ao equívoco. Verificar como o texto da lei produz sentidos que se cristalizam historicamente significa compreender como se constituem as discursividades que dizem o sujeito deficiente.. 15h20 - 15h40
I N T E R V A L O - COFFEE-BREAK 15h40 - 16h
06 A ESCRITA DOS ALUNOS NAS PROVAS DO ENEM: OS SENTIDOS E A RESISTÊNCIA
Amilton Flávio Coleta Leal (UNEMAT)
Com a presente pesquisa, ancorada na teoria da Análise do Discurso formulada por Pêcheux na França e seus seguidores, e, no Brasil, por Eni Orlandi e tomando algumas concepções adotadas por Auroux (...) em seu trabalho intitulado "A Revolução Tecnológica da Gramatização", propomo-nos realizar uma investigar a escrita dos alunos concluintes do Ensino Médio a partir dos exames que avaliam a competência lingüística, dentre eles o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio). A escrita para a teoria é o lugar onde o sujeito se marca enquanto função-autor. Dessa forma, se faz necessário que o aluno se marque como autor daquilo que diz, isto é, que possua sua própria identidade através da escrita. Porém, o resultado desses exames aponta para uma crise no ensino de Língua Portuguesa, uma vez que demonstra, pela escrita de textos, uma relação com a língua inscrita numa literalidade de sentidos, esvaziada de historicidade. Uma das possíveis explicações, entre outras, pode estar na forma como o LD (livro didático), instrumento de ensino mais comum nas escolas, trabalha a relação sujeito e língua escrita. Ao analisar esses instrumentais de ensino, percebe-se com freqüência, o emprego de regras gramaticais como sendo a única ferramenta fundamental na estruturação do texto, cujos efeitos são uma escrita carente de argumentação, bastante restrita em relação à abrangência do assunto a que se propõe dissertar, além de grandes equívocos ortográficos. No tocante ao sujeito e língua escrita, interessa-nos analisar o perfil de aluno que se encontra no Ensino Médio em relação ao perfil de aluno "ideal" proposto pelo ENEM, pois a Escola é a instituição legítima para assegurar e desenvolver uma política de leitura e escrita. Nesse sentido, pretendemos compreender a relação entre esse sujeito e as propostas de escrita exigidas pelo ENEM: um percurso que faz compreender, pelas condições de produção próprias da história, a formação discursiva e as discursividades que fazem funcionar tanto o imaginário de Escola quanto de língua escrita nas políticas de acreditação do ensino de língua portuguesa no Brasil. 16h - 16h20
07 EM QUE RELAÇÃO DE SENTIDOS SE CONSTITUEM OS NOMES PRÓPRIOS DE PESSOAS COM NOMES DE RUAS NA CIDADE DE CÁCERES?
Lelyane Santos Silva (UNEMAT)
Neste projeto pretendo analisar como se deu a constituição dos nomes próprios de rua na cidade de Cáceres, tomando três aspectos: a estrutura morfossintática, o funcionamento semântico-enunciativo e a configuração da temporalidade em que cada nomeação se designa. A pesquisa será realizada com o intuito de poder analisar como se deram as nomeações de ruas do centro da cidade de Cáceres, cujos nomes são determinados por uma titulação e se esses nomes são constituídos em um limite regional, da localidade; como se constituiu o processo enunciativo que designou as nomeações e como estes nomes são relacionados com os nomes de ruas. O objetivo ao desenvolver este trabalho é detectar quais são os sentidos e relações da nomeação de ruas com os nomes próprios e se essas nomeações foram realizadas por questões "políticas", por "homenagem" ou por outros motivos. Identificar se existe uma relação com a temporalidade do acontecimento, se houve algum processo histórico que determinou a nomeação das ruas. Em termos de método, neste trabalho, será realizado um estudo sobre a teoria da Semântica do Acontecimento, proposto por Eduardo Guimarães, em diálogo com a Análise de Discurso. O corpus a ser levantado será através de um mapeamento geográfico e uma pesquisa histórica, das ruas Coronel José Dulce, Coronel Faria, Coronel Ponce, Comandante Bauduino, Marechal Deodoro, Marechal Rondon, General Osório e Coronel Antônio Maria, os quais apresentam designação de nomes próprios dados por uma titulação e a relação desses sujeitos com a história. 16h20 - 16h40
08 O NARRADOR E O ATO DE NARRAR: UM ESTUDO DE WALTER BENJAMIN
Silmara de Fátima F. da Silva (UNEMAT)
Esta comunicação acadêmica teve como estimulo o estudo do ensaio sobre o narrador de Walter Benjamin. O texto reporta-se à narrativa com fortes raízes na oralidade exaltando a narração conceituando-a como arte, arte essa baseada em experiências vividas, transmitidas via oral e até mesmo escrita. Este trabalho, portanto, volta-se para a narrativa que está em vias de extinção atualmente verificam-se cada vez mais raras as pessoas que se dedicam comunicar experiências através da oralidade. A forma de se comunicar oralmente se altera através dos tempos, gradativamente de acordo com a história da civilização e seus modos de produção de sentido. Em seu ensaio Walter Benjamin evidencia a historia da narração e seus grandes vultos, dando-nos a conhecer duas tradicionais famílias de narradores onde a oralidade é fundamental: a de marinheiros que representam aqui o conceito do viajante e a do camponês que conceitua a experiência do homem que embora não se ausente de sua terra, tem muito a contar através das experiências vividas. No que se refere à narração nos modelos referidos constata-se que está em vias de extinção, pois através dos tempos as pessoas abandonam gradativamente o habito da comunicação de transmitir em narrativas, suas experiências e de dar e receber conselhos. Os resultados indicam que nos dias atuais a falta de comunicação pode conduzir o homem ao individualismo, à uma perda de sua autonomia que se da através da comunicação oral. No entanto, a narração é primordial para uma pessoa se expressar, e conservar-se como um meio indispensável de se transmitir seus valores e sua visão de mundo. 16h40 - 17:00
09 OS SENTIDOS DICIONARIZADOS DO VERBETE VELA
Daiane Rosa de Paula1 (UNEMAT), Elisangela Miguel de Oliveira (UNEMAT)
A proposta deste trabalho foi apresentado pela disciplina de Semântica e tem porobjetivo analisar os significados do verbete "vela" em diversos dicionários de língua.Neste trabalho, a pesquisa será feita nos seguintes dicionários: Dicionário Brasileiro (1981), Dicionário Aurélio (1999), Dicionário Houaiss (2001) e Dicionário Michaelis on-line(2003). 17:00 - 17h20

SALA 7
ORD. NOMES DA COMUNICAÇÃO/PROPONENTE RESUMO HORÁRIO
01 ANÁLISE DO VERBETE "NOTA" EM DICIONÁRIOS DE LÍNGUA PORTUGUESA
Gilza Ferreira de Macedo (UNEMAT), Joseléia Graciano da Silva (UNEMAT)
Este texto se baseia na proposta da disciplina de Semântica, que estuda a significação das palavras, e tem por objetivo analisar, em diferentes dicionários de Língua Portuguesa, o verbete "nota", procurando trazer as questões sobre a significação de acordo com a época, pois, segundo Orlandi (2002, apud, MARSARO, 2007, p. 1), "O dicionário [...] se apresenta como vestígio da nossa memória histórico-social". E para Nunes (2002, apud, MARASO, idem), a significação dicionarizada das palavras mostra que "o saber lingüístico é um produto histórico, localizado em um tempo e em um espaço". A pesquisa foi feita nos seguintes dicionários: Pequeno Dicionário da Língua Portuguesa (FERREIRA, 1968), Dicionário da Língua Portuguesa Caldas Arlete (GARCIA e NASCENTES, 1873), Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (HOUAISS, 2001) e Dicionário de Português On-line (MICHAELIS, 2003). 14h - 14h20
02 O NARRADOR: CONSIDERAÇÕES SOBRE A OBRA DE NIKOLAI LESCOV.
Silmara de Fátima F. da Silva1 (UNEMAT)
Esta comunicação acadêmica teve como estimulo o estudo do ensaio sobre o narrador de Walter Benjamin. O texto reporta-se à narrativa com fortes raízes na oralidade exaltando a narração conceituando-a como arte, arte essa baseada em experiências vividas, transmitidas via oral e até mesmo escrita. Este trabalho, portanto, volta-se para a narrativa que está em vias de extinção atualmente verificam-se cada vez mais raras as pessoas que se dedicam comunicar experiências através da oralidade. A forma de se comunicar oralmente se altera através dos tempos, gradativamente de acordo com a história da civilização e seus modos de produção de sentido. Em seu ensaio Walter Benjamin evidencia a historia da narração e seus grandes vultos, dando-nos a conhecer duas tradicionais famílias de narradores onde a oralidade é fundamental: a de marinheiros que representam aqui o conceito do viajante e a do camponês que conceitua a experiência do homem que embora não se ausente de sua terra, tem muito a contar através das experiências vividas. No que se refere à narração nos modelos referidos constata-se que está em vias de extinção, pois através dos tempos as pessoas abandonam gradativamente o habito da comunicação de transmitir em narrativas, suas experiências e de dar e receber conselhos. Os resultados indicam que nos dias atuais a falta de comunicação pode conduzir o homem ao individualismo, a uma perda de sua autonomia que se da através da comunicação oral. No entanto, a narração é primordial para uma pessoa se expressar, e conservar-se como um meio indispensável de se transmitir seus valores e sua visão de mundo. 14h20 - 14h40
03 LITERATURA-FERNANDO PESSOA (1888-1935)
Cristhiane Ortiz Lima1 (UNEMAT)
Esta pesquisa tem como objetivo entender a obra e a vida de Fernando Pessoa.,e sua (s) personalidade(s),que foram moldadas, pelos dois ambientes onde viveu, Portugal e África do Sul. Mapear os traços físicos da poética de Fernando Pessoa, de contar a história do poeta e de sua heteronímia divulgando a tese que o livro Fernando Pessoa(s) de Um Drama apresenta - a de que a criação heteronímica de Fernando Pessoa tem dois autores. Um deles é Álvaro de Campos, com seu "Ultimatum" aos dogmas da individualidade e da personalidade. O outro é Fernando Pessoa-ortônimo com sua poética da despersonalização e do fingimento,contrária à sinceridade do egocentrismo posto em moda pelo Romantismo. 14h40 - 15h
04 OS DISCURSOS SOBRE A ESCRITA NO LIVRO DIDÁTICO DE ENSINO MÉDIO
Verônica Silva de Albuquerque (UNEMAT)
Ao tomar conhecimento do Projeto "Escrita e Subjetividade nos Instrumentais de Ensino", vinculado ao Projeto "História das Idéias Lingüísticas", coordenado pelo Profº. Dr. Eduardo Guimarães IEL/UNICAMP, do qual faz parte a Profª. Dra. Ana Di Renzo, propomo-nos, enquanto bolsista PROBIC, filiado a Análise do Discurso de linha francesa, compreender a relação entre o sujeito e a língua e sua submissão a história como condição para significar a própria língua, pois para que ele (sujeito) produza o seu dizer ele tem que se sujeitar a linguagem. Neste nosso caso, a sujeição à história das políticas de língua escrita legitimadas pela Escola e pelo Estado. Nosso objetivo é compreender que concepção de texto os manuais de ensino de Língua Portuguesa, utilizados no Ensino Médio, adotam e que efeitos essa concepção produz sobre as práticas de língua escrita. Desta forma, tocamos o modo como o livro didático trabalha a língua, a leitura e a escrita e, principalmente, como o sujeito é concebido nessa relação. Analisar as práticas de língua é tocar as políticas de língua que sustentam o PCNEM. Inicialmente, tomaremos como corpus livros Didáticos, textos produzidos pelos alunos em sala (do ultimo ano do Ensino Médio) e as propostas de escrita solicitadas nos Exames de Seleção dos Vestibulares da UNEMAT. Inscrevemos nossa iniciação à pesquisa na perspectiva teórica da Análise do Discurso de linha Francesa, desenvolvida por Michel Pêcheux na França e por Eni Orlandi no Brasil. 15h - 15h20
05 UM OLHAR SOBRE O CURSO DE LETRAS-CAMPUS CÁCERES
Sueli de Lourdes Silva (UNEMAT), Suellen Silva Arruda (UNEMAT), Kátia Oliveira Pinto (UNEMAT)
O curso de Letras é atualmente um dos principais cursos da UNEMAT. A aula inicial do curso deu-se no dia 04 de setembro de 1978. O curso foi inicialmente instalado nas dependências da Escola Estadual "Esperidião Marques", mais tarde foi transferido para o "Instituto Santa Maria", depois para a Escola Estadual "Duque de Caxias", e finalmente, a partir de 1994 passou a funcionar no atual prédio- sede da UNEMAT. Com o objetivo de formar futuros professores /pesquisadores interessados nos estudos de linguagem, de língua inglesa e de literaturas o curso busca formar um profissional capaz de refletir teoricamente sobre a linguagem fazer uso de novas tecnologias e de compreender sua formação cultural como processo contínuo, autônomo e permanente. Neste documentário alguns acadêmicos falam sobre sua relação com o curso de Letras e as suas expectativas quanto ao futuro profissional. Temos ainda a colaboração de alguns professores do Departamento de Letras. 15h20 - 15h40
I N T E R V A L O - COFFEE-BREAK 15h40 - 16h
06 VARIEDADES LINGÜÍSTICAS NA EDUCAÇÃO ESCOLAR.
Cristiane Batista Flores (UNEMAT), Larissa Lopes Yung (UNEMAT), Diego Vanini. (UNEMAT)
Sabe-se que a variedade lingüística é um fato no português do Brasil. Durante a vida escolar estudamos a Língua Portuguesa na sua modalidade denominada "culta", que julgamos ser a única correta. Por isso, muitas vezes nos deparamos com situações em que os professores corrigem os alunos por usarem as variedades lingüísticas características de sua região, cultura ou classe social. O documentário "Variedades Lingüísticas na Educação Escolar", foi elaborado com o objetivo de verificar como os professores de Língua Portuguesa, de Escolas Públicas e Particulares de Cáceres, interpretam as atitudes lingüísticas presentes no âmbito escolar, as leis e regulamentações que determinam o respeito às variedades lingüísticas dos alunos, bem como o ensino da língua padrão com o respeito às variedades existentes. De que forma os professores encaram as variedades, suas opiniões e conceitos sobre a existência das variedades lingüísticas em sala de aula. Para tanto, foram realizadas entrevistas com professores e alunos, de Escolas Públicas e Privadas, do Ensino Médio de Cáceres - MT, para identificar a existência de tais variedades. 16h - 16h20
07 ENEM (EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO): OS DISCURSOS DE ALUNOS E PROFESSORES DA REDE ESTADUAL DO ENSINO MÉDIO DAS ESCOLAS PE. THIAGO E PE. JOSÉ DE ANCHIETA, NA CIDADE DE MIRASSOL D´OESTE.
Cristiane Pereira dos Santos (UNEMAT), Amilton Flávio Coleta Leal (UNEMAT), Aline Salles Panhan (UNEMAT)
O presente documentário visa mostrar os discursos de professores da rede estadual do Ensino Médio na cidade de Mirassol D'Oeste a respeito do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), bem como, apresentar eventuais perspectivas desses alunos e professores acerca do grande crescimento e repercussão nacional do novo Enem. É interessante ressaltar que, no que diz respeito a um bom desempenho na prova é necessário que os alunos tenham domínio das mais variadas áreas do conhecimento, bem como, boa argumentação para o desenvolvimento da produção escrita. Dessa forma, fomos analisar nos discursos sujeitos se eles estavam se preparando para as provas; quais eram esses meios de preparação e se o conhecimento adquirido em sala de aula era suficiente para se obter um bom desempenho no exame. Ao analisarmos esses discursos, percebemos que todos dizem estarem se preparando para as provas, porém chama-nos a atenção outra questão que fica em aberto e precisa ser analisado: o contraste que há no discurso dos alunos da escola localizada na periferia em relação aos alunos da escola localizada no centro da cidade. Essa visão estereotipada decorrer-se- à numa insegurança no discurso desses alunos. Essa disparidade é fato de extrema importância, pois pode-se dizer que é um fator que reflete nitidamente na decadência das notas obtidas pela escola através desses alunos. 16h20 - 16h40
08 ESTATUTO DA CIDADE E PLANO DIRETOR: AS POLÍTICAS PÚBLICAS ACERCA DOS MORADORES DE RUA.
Luciane Modesto Lima Teixeira (UNEMAT/FAPEMAT)
O Estatuto da cidade é uma lei que abre possibilidades para o desenvolvimento de uma política urbana com a aplicação de instrumentos voltados a promover a inclusão social e territorial nas cidades brasileiras, considerando os aspectos urbanos, sociais e políticos. Do mesmo modo, o Plano Diretor é também uma das ferramentas utilizadas pelos municípios para a previsão de políticas sociais, tratando-se, então, de um documento básico da política de desenvolvimento e de expansão das cidades. Nessa perspectiva, o Plano Diretor deve contar com a participação da população e de associações representativas dos vários segmentos da sociedade, não apenas durante a sua elaboração e votação, mas, também, na sua fiscalização, de modo a que se constitua na materialização de um espaço de debate dos cidadãos conscientes da realidade de suas cidades. Com base nesses dois documentos, é, pois, nosso propósito analisar de que modo os moradores de rua são ou não contemplados pelas políticas públicas de administração. Esse estudo tem como fundamento teórico a Análise de Discurso de linha materialista, preconizada por Michel Pêcheux, na França, e expandida e difundida por Eni Orlandi e seguidores, no Brasil. A assunção dessa concepção teórica implica em tomar as discursividades presentes nos dois documentos como discursos que se constituem por uma ideologia e uma história e, portanto, traduzem os modos de pensar ou não os moradores de rua das cidades. A análise das discursividades do Estatuto e do Plano Diretor da cidade de Cáceres-MT, com relação aos moradores de rua, dará visibilidade à forma como o município prevê e coloca em prática suas políticas sociais. 16h40 - 17:00
09 A ATITUDE REPONSIVA ATIVA NO PROGRAMA "PROFISSÃO REPÓRTER".
Vaney Lucia Faria Leite1 (UNEMAT)
O presente resumo volta-se para a análise de linguagem televisiva enquanto mecanismo de transmissão ideológica e manifestação de poder, desta forma, a sua compreensão na atual sociedade, revela-se não apenas como objeto de estudo, mas sim como uma necessidade para a formação de sujeitos sociais. Neste contexto, partimos do pressuposto que a linguagem, a palavra em si, vem carregada de significações, expressando as diversas relações historicamente construídas, é "arena" de conflitos, persuasões, compreensões, etc. Com vistas a compreender a linguagem na interlocução entre repórter e interlocutor num programa televisivo, estaremos nos reportando a Bakhtin, o qual afirma que "na realidade, não são palavras o que pronunciamos ou escutamos, mas verdades ou mentiras, coisas boas ou más, agradáveis ou desagradáveis, etc. " A palavra está sempre carregada de um conteúdo ou de um sentido ideológico" (Bakhtin 1999, p.95). Dessa forma, pretendemos fazer uma análise que evidencie o conceito de atitude responsiva ativa presente nas interações televisivas. Este trabalho se dá a partir da definição de um corpus para a produção de um artigo sobre linguagem, Exigência da disciplina de Lingüística II, ministrada pela Prof. Ms. Maribel Chagas de Ávila. Para a realização da análise, utilizamos um programa veiculado na Rede Globo de Televisão, "Profissão Repórter", capitaneado pelo repórter investigativo Caco Barcelos e seus jovens repórteres, recém saídos das universidades. 17:00 - 17h20

SALA 8
ORD. NOMES DA COMUNICAÇÃO/PROPONENTE RESUMO HORÁRIO
01 OS EFEITOS DE SENTIDO DAS PROPAGANDAS DAS SANDÁLIAS HAVAIANAS
Juliana Macedo da SILVA (UNEMAT)
O trabalho se constitui da análise dos efeitos de sentido das propagandas das sandálias Havaianas, na perspectiva teórica da Semântica da Enunciação e Semântica do Acontecimento, de Guimarães, considerando que o sentido da linguagem deve localizar-se no estudo da enunciação e no acontecimento de linguagem. A disciplina Semântica Histórica da Enunciação (2002) trata a significação ao mesmo tempo histórica, linguística e relativa ao sujeito que enuncia, e a Semântica do Acontecimento que "considera que a análise do sentido da linguagem deve localizar-se no estudo da enunciação, do acontecimento do dizer" (GUIMARÃES, 2005). O corpus deste trabalho se constitui da análise de quatro propagandas das sandálias Havaianas, sendo duas televisivas, uma de revistas de moda, uma do site das Sandálias Havaianas. Os textos publicitários são analisados na perspectiva de cenas enunciativas, compreendidas como acesso à palavra, através da qual os sujeitos nela se constituem. Havaianas é uma marca tradicional que ganhou a preferência do consumidor através de qualidade, inovação e suas campanhas publicitárias que visam à valorização do produto. Notamos nas propagandas das sandálias Havaianas situações engraçadas como um diferencial, provocando efeitos de descontração e humor e sempre fazendo referência ao tradicional slogan Havaianas. Todo mundo usa. Os comerciais são sempre descontraídos, mas de forma a produzir efeitos de sentido no interlocutor, através da materialidade da linguagem, das imagens e do interdiscurso, para que se sinta atraído para a necessidade de usar o produto, dessa forma, analisamos as propagandas compreendendo que os efeitos de sentido são constituídos pelo funcionamento da língua no acontecimento, ou seja, o sentido não é só memória, e sim efeitos da memória e do presente no acontecimento. 14h - 14h20
02 A IMAGEM DA MULHER NO POEMA "POR QUÊ NÃO?" DA OBRA CORPO DESNUDO - MARILZA RIBEIRO 1934
Wilton Ortega de Souza
Buscando as articulações mais verticalizadas do tema de pesquisa do curso de graduação em Letras, esta comunicação objetiva refletir sobre a obra Corpo Desnudo, de Marilza Ribeiro (1934). Especificamente, procuro analisar a figura da mulher no poema "Por que não?", observando a evocação do feminino como "sensações do espírito", conforme proposta de construção imagética de Alfredo Bosi (p.19). Desta forma, a análise busca compreender os mecanismos de construção pelo qual o "eu poético" se defronta com o mundo nas mediações entre as vivencias pessoais e as experiências no plano sócio-cultural. Apesar de existir ainda um grande recolhimento na escrita feminina por conta do preconceito advindo de um paternalismo descabido não tão longe daqui como se pensa. A feminilidade está mais presente atualmente na poesia, e vem com mais ousadia de poetas que escreveram sem medo seus desejos.Diante do exposto busco também compreender o "engajamento", ou o compromisso que há em Ribeiro ao escrever o poema em questão, de acordo com a teoria proposta por Jean Paul Sartre (p. 53). Em outras palavras ao escrever a autora procura sensibilizar a "generosidade entre o autor e o leitor; cada um confia no outro, conta com o outro, exige do outro tanto quanto exige de si mesmo" (Sartre p.46). 14h20 - 14h40
03 O VERBETE "AMANTE" NO UNIVERSO LEXICAL DA LÍNGUA PORTUGESA
Roseni Ilídio (UNEMAT)
Este trabalho foi realizado pelos graduandos do Curso Joab e Roseni , tendo como orientadora a Prof.ª Dra. Neuza Zattar, com o propósito de apresentar por meio das atividades realizadas pela disciplina de Semântica, a analise em diferentes dicionários de Língua Portuguesa do Brasil, publicados em distintas épocas (século XIX, XX e XXI), as significações do verbete "amante", inserida como léxico da língua Portuguesa. Nesse sentido, vamos analisar as possíveis significações do verbete "amante", observando os sentidos que podem diferir ou ainda assemelhar-se de um dicionário para o outro, para compreender os sentidos que lhe foram atribuídos em diferentes épocas da sociedade brasileira. Pela leitura realizada, podemos afirmar que essa palavra apresenta, em suas significações, a relação tanto de pessoa para pessoa quanto de pessoa para objeto. Esta análise foi feita observando a luz dos seguintes dicionários: Diccionario da Lingua Portugueza Recopilado (SILVA, 1813), Novo Diccionário da Língua Portuguesa (FIGUEREDO, 1913), Novo Dicionário da Língua Portuguesa (AURELIO, 1975) e Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (HOUAISS, 2001). 14h40 - 15h
04 AQUISIÇÃO DA LÍNGUA DE SINAIS E DA LÍNGUA PORTUGUESA
Gésica da Silva Ferraz (UNEMAT)
Os alunos surdos precisam ter contato com a língua de sinais, como sua língua própria, lhe assegurando comunicação completa e integral. Fazendo assim o desenvolvimento cognitivo e social que a língua propõe. A língua de sinais facilita a aquisição e aparato lingüístico para a aquisição da segunda língua, aqui no Brasil, a Língua Portuguesa. Diante dessa realidade, cabe a escola, enquanto instituição de ensino tem que criar um ambiente lingüístico apropriado para o desenvolvimento possibilitando assim o acesso curricular e cultural da sociedade em que vive. Só teremos um quadro mais significativo de associação e assimilação à Libras e a Língua Portuguesa para o surdo, quando todos ambientes tiverem amparo humano e físico referente a aquisição da língua de sinais, como exemplo: placas em libras, pais, familiares em geral se comunicando em libras e não apenas por mímicas entre outros. Diante disso sabemos que o caminho é de certo ponto conflitante, pois temos que vencer o preconceito e ainda despertar na sociedade a importância de todos que convivem com surdos, terem que adquirir Libras para o bem comum. 15h - 15h20
05 RELAÇÃO CRIME-LOUCURA: A PRESENTIFICAÇÃO DE SENTIDOS INSTALADOS PELA TEORIA LOMBROSIANA NOS LAUDOS PERICIAIS DE INSANIDADE MENTAL
Cibele Simoes dos Santos (UNEMAT/CAPES)
Este trabalho tem o objetivo de analisar laudos periciais de suspeição de insanidade mental através de um olhar diferenciado daquele, mormente, evidenciado pelo discurso jurídico. Trata-se, pois, de compreendê-los pela perspectiva teórica da Análise de Discurso de linha materialista, que possibilita tornar visíveis as posições-sujeito, postas em jogo nos laudos periciais. Esse método de análise toma, então, as formulações dos laudos como inscrições discursivas, que materializam posições assumidas pelo sujeito-perito, promovendo, sobre o discurso, uma rede de efeitos de sentidos instalados a partir da posição discursiva na qual cada posição, tomada em análise, se filia, ou seja, trata-se da materialização de posições inscritas em uma história e uma ideologia que lhes são constitutivas. Nessa direção, o discurso sobre o sujeito periciando se funda em sentidos que produzem um constante efeito de suspeição sobre os dizeres do periciando, fazendo aflorar o liame entre o crime e a loucura. Assim, pretendemos verificar em que medida a posição sujeito perito faz incidir, nos discursos do laudo, a tipologia do 'criminoso nato', descrita por Cesare Lombroso, fazendo conviver discursos hodiernos da Psiquiatria e da Criminologia com os da teoria lombrosiana. Para procedermos a essa análise, utilizaremos recortes retirados de laudos de suspeição de insanidade mental, visando a compreender em que medida o discurso do laudo faz reverberar e/ou revivificar os sentidos instalados por Lombroso, ou seja, em que medida a figura do 'criminoso nato' está presentificada nos laudos, a partir da posição sujeito-perito que a inscreve. 15h20 - 15h40
I N T E R V A L O - COFFEE-BREAK 15h40 - 16h
06 PERUA!?
Luana Oliveira (UNEMAT)
presente trabalho é uma proposta da disciplina de Semântica, pelos graduandos do Curso de Letras Luana e Neiva, orientado pela Prof.ª Dra. Neuza Zattar, e tem por objetivo refletir sobre os vários significados da palavra "perua" nos dicionários de língua portuguesa do Brasil, em diferentes épocas. Considerando o dicionário como um dos instrumentos de gramatização do português do Brasil, Orlandi (2002) diz que o "o dicionário se apresenta como vestígios da nossa memória histórico-social". Neste trabalho buscamos compreender como ocorre o processo de dicionarização do verbete perua, suas significações em diferentes dicionários e enunciados produzidos em contextos sociais que cercam e tornam-na um produto histórico. A pesquisa foi feita nos seguintes dicionários: Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (ANTÔNIO, 2001), Dicionário Escolar da Língua Portuguesa (BUENO 1955),Novo Dicionário da Língua Portuguesa (FERREIRA, 1975) Grande e Novíssimo Dicionário da Língua Portuguesa (FREIRE, 1939 à 1940). 16h - 16h20
07 AS MULTIFACES DO VERBETE "BICHA".
Crisley Siqueira Dias (UNEMAT), Juciele Mendes da Silva (UNEMAT)
Este artigo se inclui na proposta da disciplina de Semântica, por nossa orientadora Profª Dr.Neuza Zattar, que nos propôs em desenvolver uma análise sobre os significados de um verbete da Língua Portuguesa, e destacar uma sua possível evolução, como o léxico brasileiro é muito vasto, optamos pelo verbete "bicha", cujos sentidos vão além do que imaginávamos. Tomamos como objeto de estudo o verbete "bicha" nos seguintes dicionários: Novo Diccionário da Lingua Portuguesa (FIGUEREDO, 1949), Novo Dicionário da Língua Portuguesa (FERREIRA, 1986), Dicionário Houaissda Língua Portuguesa (HOUAISS, 2001), Dicionário Priberam da Língua Portuguesa (PRIBERAM, On-line, 2010). Mediante a esses dicionários efetuamos uma análise individualmente, comparando o sentido da palavra de acordo com o autor e a época de publicação, relacionando e comparando os sentidos. A pesquisa em questão teve uma grande importância para nós, o verbete "bicha", assim dito logo de imediato, nos remete a um único significado, toda vez que um indivíduo na posição de sujeito diz essa palavra, ou seja, um sujeito efeminado (homossexual). Mediante nossos estudos, podemos perceber que os significados, em dicionários de várias épocas, há uma variação de significados, alguns um tanto desconhecidos de nosso contexto. A variação do verbete se dá nas diferentes regiões brasileiras enriquecendo o sentido da palavra. Foi interessante saber os muitos sentidos dessa palavra para o léxico, e percebemos o vasto sentido que ela pode nos remeter. 16h20 - 16h40
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