|
Concepção Filosófica do Caderno
Fênix Ciência é um Caderno da UNEMAT organizado pela Pró-Reitoria
de Pesquisa e Pós-Graduação, caracterizando-se como uma tentativa de ampliar o espectro das temáticas e
discussões que visam contribuir para a compreensão da educação, em suas múltiplas relações,
levando à público as produções dos/as
pesquisadores/as da Instituição. Podem ser incorporados
artigos de autores/as não ligados/as à UNEMAT, que
tenham uma reflexão desenvolvida e sistematizada em relação
à teoria e à prática das Ciências Humanas,
das Ciências Sociais Aplicadas, Ciências Agrárias,
Lingüística, Letras e Artes, Ciências Biológicas
e da Saúde, das Ciências Exatas e da Terra, das
Engenharias e Tecnologias, dando-lhes caráter interdisciplinar
e interinstitucional.
O nome Fênix procura ser sugestivo, sob o
aspecto dos ideais concretizáveis que fazem “surgir das
cinzas” do sistema escolar, das estruturas sociais, dos
ambientes naturais, culturais e lingüísticos as aventuras
da produção do pensamento livre, criativo e emancipador
que se propõe objetivar o fazer transformador da realidade
sócio-econômica, ecológica, educacional e
simbólica excludente, tendo como horizonte a constituição
de uma sociedade democrática e participativa.
São das cinzas da exclusão que devem
surgir os projetos que promovem a superação. As cinzas
são os resultantes e as estruturas estruturadas de dominação
edificadas na história. O Caderno Fênix
Ciência deve ser um espaço para a práxis
instituinte, uma estrutura estruturante de um novo fazer homem e
mulher na história. É a perspectiva que não se
faz passiva no meio destruidor de ideais libertários, mas que
engendra e evidencia as possibilidades superadoras dos modelos que
escravizam a humanidade a situações de ignorância
e de pobreza; e aos sistemas políticos e econômicos que
primam pela corrupção, malversação de
dinheiro público, patrimonialismo, apadrinhamento e
paternalismo.
O Caderno Fênix Ciência
deve ser na verdade uma “agora”, isto é, um
espaço público de discussão de idéias.
Idéias que não significam um simples fazer
academicista, mas idéias que estejam comprometidas com a
história, com a vida cotidiana dos oprimidos. Idéias
que não somente ilustram a vida dos oprimidos, mas que sejam
desafiadoras, inquietantes, indignadoras, que possam nos tirar da
passividade que assassina nossas possibilidades de um fazer superador
e transformador.
Discutir é propor a indignação. É
evidenciar a contradição. É dialetizar as visões
de mundo. Indignar-se não é porém apavorar-se,
desesperar-se. A indignação é a capacidade da
práxis desejante e esperançosa, que pela “tolerância
histórica”, faz construir um saber desestruturador do
poder dominador e castrador da imaginação criativa e
livre dos homens e das mulheres. A práxis da indignação
não é um saber-fazer queixante, mas é crítico,
e por ser crítico, é propositivo. A proposição
é a capacidade de visualizar o futuro e de criar utopias ou
condições e situações desejáveis e
possíveis.
O Caderno Fênix Ciência deve
ser um instrumento e um meio dos que se propõem construir um
saber-fazer, um conhecimento, um pensamento, enfim um criar constante
de relações situacionais que promovam o ensino e a
aprendizagem. A relação ensino-aprendizagem é a
práxis que não se dá somente nos ambientes das
salas de aula, mas são todas as ações
comunicativas que os homens e as mulheres estabelecem no seu
cotidiano, isto é, na sua história e no construir do
conhecimento. Desse modo o Caderno Fênix Ciência
objetiva aglutinar as iniciativas que se situam num horizonte
mais amplo da diversidade cultural e da multiplicidade de relações
sociais que produzem a realidade educacional, cultural, filosófica,
científica de nossos tempos |