LUZ E SOMBRAS, DE FELICIANO GALDINO DE BARROS: O FENÔMENO LITERÁRIO E A DIALÉTICA DA REALIDADE
Bruna Marcelo Freitas, Dante Gatto
Resumo
Tomando como suporte o pensamento de Aristóteles no que se refere à Poética (mimeses e verossimilhança), a concepção de arte para o marxismo e a forma do romance de George Lukács, a posição do narrador, conforme identificada por Adorno, a argumentação da dinâmica da criação de personagens de Forster e, por fim, a idéia de discurso no romance de Mikhail Bakhtin refletimos o fenômeno literário constituído pela peça Luz e sombras, de Feliciano Galdino de Matos. Recuperar a unidade perdida, talvez tenha sido este o anseio do autor. No entanto, a partir da perspectiva que a forma romance assinala a cisão concreta e incontornável, concluímos que o caráter ideológico em Luz e sombras não penetra na dialogicidade interna do discurso romanesco. Falta-lhe inserção na dialética da realidade, recaindo num maniqueísmo primário. Identificamos, ainda, características comprometedoras do processo, no que se refere à construção das personagens que se reflete, principalmente, na verossimilhança do relato.
Palavras-chave: romance, dialogicidade interna, personagem, mimeses e verossimilhança, ideologia do autor.
Texto Completo:
<< Voltar